RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro e da Promotoria, nesta segunda (29), tenta conter o avanço territorial do Comando Vermelho. Ao menos 17 pessoas haviam sido presas até o início da tarde.
Durante a operação, equipes de policiais trocaram tiros com supostos traficantes, principalmente na região da Gardênia Azul.
Em um carro foram encontradas armas e drogas.
Criminosos reagiram e interditaram a avenida Ayrton Senna, na altura do Anil, também na zona oeste. Eles conseguiram bloquear a pista lateral. Testemunhas relataram que uma mulher entrou em ao menos dois ônibus e roubou as chaves, o que travou o tráfego em duas faixas auxiliares.
Outro grupo ateou fogo a entulho na pista central, mas a pista já foi desobstruída.
A ação cumpre mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá, com foco nas comunidades da Gardênia Azul e Cidade de Deus, na zona oeste da capital fluminense.
A operação conta ainda com o apoio da Polícia Civil do Pará. Juliana Cristina Pinheiro dos Santos, 26, conhecida como Jhu do Pará, foi presa em Belém. Segundo a polícia, ela é apontada como elo entre criminosos dos dois estados. A reportagem tenta localizar a defesa da suspeita.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que, de acordo com investigações da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, da 32ª DP (Taquara), da 41ª DP (Tanque) e do Gaeco/MPRJ, as facções atuantes na Gardênia Azul e na Cidade de Deus são peças-chave na logística de expansão do Comando Vermelho na região.
A força-tarefa aponta que os traficantes utilizam violência armada para intimidar moradores e, em alguns casos, expulsá-los de suas casas.
Segundo o secretário da Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, o tráfico também lucra com a exploração de serviços.
“Eles querem explorar todos os serviços que aquela região consome, e a operação de hoje mostra a importância da atuação integrada das forças de segurança para impedir essa expansão”, afirmou.
Segundo a polícia, até o início da tarde foram apreendidos um fuzil, seis pistolas e um revólver, além de drogas na ação desta segunda. As equipes removeram mais de 10 toneladas de barricadas fechavam vias da comunidade, impedindo o tráfego de veículos.
A operação conta com a participação de 200 policiais militares e 55 viaturas, incluindo veículos blindados. Como consequência, 21 linhas de ônibus foram interrompidas, e 17 escolas e unidades de saúde precisaram ser fechadas temporariamente.