SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Estou muito envergonhado”, afirmou Acelino Freitas, o Popó, após a briga generalizada que irrompeu no ringue logo depois de sua vitória sobre Wanderlei Silva, por desclassificação, em uma exibição no início da madrugada deste domingo (28). O ex-boxeador, porém, atribui a confusão ao córner do adversário.
Os dois participavam de evento patrocinado pela marca de cervejas Spaten, e deveriam competir por até oito rounds. O embate foi encerrado no quarto round, quando Wanderlei, ex-lutador do Pride, foi punido com um terceiro ponto por tentar atingir o adversário com cabeçadas.
Imediatamente após o gongo, as equipes dos dois combatentes subiram no ringue e, na sequência, se lançaram em uma confusão ainda mais violenta, em que Wanderlei acabou nocauteado.
Na tarde deste domingo, Popó disse estar envergonhado: “Não mereço passar por isso, levar uma culpa que não tive”. Segundo ele, a “turma nervosa” de Wanderlei quis defender os golpes proibidos no boxe que o ex-lutador de MMA (artes marciais mistas) tentou usar, com cabeçadas e joelhadas durante a luta.
“A agressão foi toda do outro lado, não teve agressão nenhuma do nosso lado”, afirmou o tetracampeão mundial de boxe. “Acabei de postar [em uma rede social] um vídeo do Wanderlei indo pra cima do meu filho, o treinador dele me dando um monte de soco. Até arrancou o protetor da minha boca, de tanto soco que ele me deu. O Wanderlei indo pra cima do meu filho junto com o filho dele.”
Do lado oposto, a narrativa é a inversa. A reportagem procurou a assessoria de Wanderlei por email, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Seu amigo Fabrício Werdum, um de seus aliados mais próximos, publicou sobre a confusão em redes sociais.
Ainda do hospital aonde Wanderlei foi levado para avaliação médica na madrugada, Werdum publicou vídeo em que chamou o acontecimento de “maldade” e disse que houve uma “reação nossa do ataque deles”, acompanhado de imagens que mostram provocações da equipe de Popó no ringue.
À tarde, no domingo, o amigo de Wanderlei compartilhou em vídeo em seu Instagram áudios de uma conversa que afirma ter tido com Popó na sexta (26), em que pede que o ex-boxeador e sua equipe não ofendam o ex-lutador e seu estafe, e mantenham as provocações apenas entre os combatentes.
“Te peço para falar com o teu pessoal aí para não xingar o Wanderlei, que tu xingando é uma coisa, né? Vocês discutindo é uma coisa. Mas vamos ficar na boa, né, entre as equipes […]”, afirma Werdum, também ex-lutador, na gravação.
“Não teve nada de desrespeito, não teve nada disso, não teve xingamento, não teve nada. Ao contrário de Wanderlei Silva, que me chamou de bunda-mole”, diz Popó na resposta divulgada por Werdum. “Mas relaxa, irmão, vai apanhar todo mundo. Quando apanha um no corre, apanha todo mundo. Quando apanha um no ringue, apanha todo mundo. Certeza que quando ele perder, você vai perder também.”
De acordo com Werdum, Wanderlei teve o nariz quebrado e levou pontos no rosto. Após ser nocauteado, o ex-lutador ficou desacordado por vários momentos, mas saiu do local do evento de pé e alerta. Foi levado de ambulância até o Hospital São Luiz, na zona sul de São Paulo.
Popó aceitou participar do evento apenas perto da data de sua realização, após Vítor Belfort, outro ex-lutador, ter de desistir devido a uma contusão. Olhando para frente, porém, o ex-boxeador diz não saber se seguirá com seu próximo compromisso.
“Tenho uma luta em 1º de novembro, não sei o que vou fazer. Vou pensar um pouco, conversar com a minha família. Tratar meus ferimentos, tô com o rosto machucado, a mão machucada”, afirmou. O evento marcado para a data será com Diego Alemão, ex-campeão do reality show BBB, na sétima edição do Fight Music Show, no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.