BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Kiev amanheceu neste domingo (28) sob um dos ataques mais intensos desde o início da guerra com a Rússia. De acordo com a agência de notícias Reuters, a capital ucraniana foi alvo de uma ofensiva maciça durante a madrugada, resultando em ao menos quatro mortes e mais de 60 de feridos.

A ofensiva, que levou moradores a buscarem abrigo em estações de metrô subterrâneas, mirou diversas regiões no norte, centro e sul, mas Kiev foi o alvo principal.

Entre os mortos está uma menina de 12 anos, que foi retirada dos escombros de um prédio residencial no distrito de Solomiansky, segundo o serviço de resgate local.

A cidade de Zaporíjia, no sudeste do país, foi atingida “pelo menos quatro vezes”, segundo o governador regional Ivan Fyodorov, que relatou 34 feridos.

Segundo as Forças Armadas ucranianas, a Rússia lançou 595 drones e 48 mísseis em uma única noite. Fábricas, clínicas médicas e prédios residenciais sofreram danos significativos da ofensiva que durou cerca de 12 horas.

“Ataques brutais, terror deliberado e direcionado contra cidades comuns. Moscou quer continuar lutando e matando e merece apenas a pressão mais dura do mundo”, afirmou o presidente Volodimir Zelenski em publicação no Telegram.

Zelenski também cobrou da comunidade internacional medidas firmes para cortar as receitas de energia da Rússia que financiam a invasão. Até agora, a Ucrânia não conseguiu convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a impor sanções punitivas contra Moscou.

“O tempo para uma ação decisiva já ficou para trás, e contamos com uma resposta forte dos Estados Unidos, da Europa, do G7 e do G20”, disse.

A vizinha Polônia fechou o espaço aéreo próximo a duas cidades no sudeste do país e mobilizou caças de sua força aérea até que o perigo fosse dissipado.

Em um comunicado neste domingo, o Ministério da Defesa da Rússia declarou ter realizado um ataque massivo contra a Ucrânia, utilizando armas de longo alcance lançadas por ar e mar, além de drones, com o objetivo de atingir infraestrutura militar, incluindo aeródromos.

Moscou nega atacar civis em sua guerra contra a Ucrânia, embora milhares tenham sido mortos e áreas residenciais devastadas por suas ofensivas.

A Rússia também descartou ameaças do presidente ucraniano de que funcionários do Kremlin deveriam saber onde ficam abrigos antibombas do local. Zelenski fez a afirmação em entrevista ao site Axios nesta semana.

“Zelenski tenta mostrar aos europeus, que atualmente são os que sustentam a Ucrânia, que ele é um soldado corajoso”, disse o porta-voz Dmitry Peskov à televisão estatal russa.

“Mas a situação na linha de frente mostra o contrário. A cada dia que passa, a situação da Ucrânia se deteriora de forma irreversível. E a cada dia suas posições de negociação também”, afirmou Peskov.

Questionado sobre como Moscou veria um ataque ao centro do poder russo, Peskov respondeu: “É melhor nem falar disso.”

A ofensiva ocorre em meio a novas tensões na Europa. Na sexta-feira (26), drones sobrevoaram a maior base militar da Dinamarca. Países europeus responsabilizaram a Rússia pelos episódios, mas Moscou negou qualquer envolvimento durante a Assembleia Geral da ONU no sábado (27).