BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Kiev amanheceu neste domingo (28) sob um dos ataques mais intensos desde o início da guerra com a Rússia. De acordo com a agência de notícias Reuters, a capital ucraniana foi alvo de uma ofensiva maciça durante a madrugada, resultando em ao menos quatro mortes e mais de 60 de feridos.

A ofensiva, que levou moradores a buscarem abrigo em estações de metrô subterrâneas, mirou diversas regiões no norte, centro e sul, mas Kiev foi o alvo principal.

Entre as vítimas estaria uma menina de 12 anos, embora a informação ainda não tenha sido oficialmente confirmada, disse Tymur Tkachenko, chefe da administração militar de Kiev, no Telegram.

Na cidade de Zaporíjia, no sul, autoridades locais relataram pelo menos 16 feridos.

Segundo as Forças Armadas ucranianas, a Rússia lançou 595 drones e 48 mísseis em uma única noite. Fábricas, clínicas médicas e prédios residenciais sofreram danos significativos da ofensiva que durou cerca de 12 horas.

“Ataques brutais, terror deliberado e direcionado contra cidades comuns. Moscou quer continuar lutando e matando e merece apenas a pressão mais dura do mundo”, afirmou o presidente Volodimir Zelenski em publicação no Telegram.

Zelenski também cobrou da comunidade internacional medidas firmes para cortar as receitas de energia da Rússia que financiam a invasão. Até agora, a Ucrânia não conseguiu convencer o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a impor sanções punitivas contra Moscou.

“O tempo para uma ação decisiva já ficou para trás, e contamos com uma resposta forte dos Estados Unidos, da Europa, do G7 e do G20”, disse.

A vizinha Polônia fechou o espaço aéreo próximo a duas cidades no sudeste do país e mobilizou caças de sua força aérea até que o perigo fosse dissipado.

Em um comunicado neste domingo, o Ministério da Defesa da Rússia declarou ter realizado um ataque massivo contra a Ucrânia, utilizando armas de longo alcance lançadas por ar e mar, além de drones, com o objetivo de atingir infraestrutura militar, incluindo aeródromos.

Moscou nega atacar civis em sua guerra contra a Ucrânia, embora milhares tenham sido mortos e áreas residenciais devastadas por suas ofensivas.

A Rússia também descartou ameaças do presidente ucraniano de que funcionários do Kremlin deveriam saber onde ficam abrigos antibombas do local. Zelenski fez a afirmação em entrevista ao site Axios nesta semana.

“Zelenski tenta mostrar aos europeus, que atualmente são os que sustentam a Ucrânia, que ele é um soldado corajoso”, disse o porta-voz Dmitry Peskov à televisão estatal russa.

“Mas a situação na linha de frente mostra o contrário. A cada dia que passa, a situação da Ucrânia se deteriora de forma irreversível. E a cada dia suas posições de negociação também”, afirmou Peskov.

Questionado sobre como Moscou veria um ataque ao centro do poder russo, Peskov respondeu: “É melhor nem falar disso.”

A ofensiva ocorre em meio a novas tensões na Europa. Na sexta-feira (26), drones sobrevoaram a maior base militar da Dinamarca. Países europeus responsabilizaram a Rússia pelos episódios, mas Moscou negou qualquer envolvimento durante a Assembleia Geral da ONU no sábado (27).