SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal prendeu o influenciador Gabriel Spalone, que era considerado foragido e estava sob custódia das autoridades federais no Panamá, a pedido da polícia paulista. Ele é considerado parte de um esquema de fraudes por meio de Pix, que teria desviado mais de R$ 146 milhões.

Segundo a defesa, representada pelo advogado Eduardo Maurício, ele foi solto menos de 24 horas após ter sido detido. Segundo o defensor, a Interpol teria informado ao Panamá que o influenciador “é uma pessoa livre para viajar e não tem qualquer ordem de prisão internacional ou inclusão na Interpol”.

Áudio encaminhado à reportagem pelo advogado e atribuído afirma: “Acabo de ser solto no Panamá diante da injustiça que estão cometendo comigo. Confio plenamente no meu advogado e irei colaborar 100% com tudo para que a verdade venha a tona e seja 100% esclarecida.”

A Polícia Federal disse que não poderia confirmar informações sobre o caso. A Secretaria da Segurança Púbica paulista, que mais cedo tinha afirmado que os trâmite para a transferência do influenciador ao Brasil estavam em andamento, não respondeu sobre sua soltura até a publicação.

A pasta havia informado que a prisão acontece dentro da uma investigação relacionada à Operação Dubai, deflagrada na terça-feira (23), pelo Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais). Ainda segundo a SSP, dois homens foram presos por suspeita de furtos mediante fraude e associação criminosa.

“As diligências prosseguem para aprofundar a apuração e identificar todos os envolvidos”, diz a SSP.

O advogado de Spalone disse considerar a prisão “ilegal” e “abusiva”. Em nota, ele afirmou que que a detenção causou constrangimento ilegal, que já que o influenciador “nunca sequer foi intimado pessoalmente para prestar esclarecimentos para o inquérito policial, e de qualquer outro ato da investigação”.

Eduardo Maurício diz ainda que não existia “qualquer mandado de prisão preventiva vigente no Brasil e muito menos qualquer inclusão no alerta vermelho na Interpol que justifique sua detenção em solo estrangeiro, o que contraria inclusive a legalidade de atos em um cenário de cooperação jurídica internacional”.

“Spalone já esclareceu e apresentou todas as provas formalmente via petição ao Ministério Público e juiz de São Paulo, que demonstram inexistir necessidade de prisão temporária ou até mesmo em conversão em prisão preventiva, e qualquer ato ilícito de sua autoria.”

O influenciador, que acumulava mais de 800 mil seguidores no Instagram, é sócio da Dubai Cash, empresa que se diz como instituição de pagamento cujo capital social é de R$ 5,3 milhões e tem sede na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, de acordo com a Receita Federal.