SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sanções contra o Irã estão previstas para serem restabelecidas neste sábado (27), após o Conselho de Segurança da ONU vetar uma resolução que pedia adiamento da punição aos persas.
Na última sexta (26), Rússia e China tinham proposto estender por seis meses o prazo da ativação automática das sanções relativas ao programa nuclear iraniano. A resolução foi bloqueada por Reino Unido, França e Alemanha.
Com a decisão, todas as sanções da ONU contra o Irã voltam a valer às 21h. Elas incluem embargo a vendas de armas, proibição de enriquecimento e reprocessamento de urânio, veto a atividades com mísseis balísticos de potencial nuclear, congelamento global de ativos, restrições de viagem a indivíduos e entidades iranianas.
Segundo Barbara Wood, representante do Reino Unido no Conselho de Segurança, não havia garantias suficientes do Irã para uma solução diplomática rápida.
“Este conselho cumpriu todas as etapas exigidas pelo processo de reimposição automática estabelecida na resolução 2231”, afirmou.
Reino Unido, França e Alemanha acusam Teerã de violar o acordo de 2015 que visa impedir o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã nega a intenção de fabricar esse tipo de armamento.
Em resposta à decisão do Conselho, Irã convocou neste sábado seus embaixadores no Reino Unido, França e Alemanha para consultas, segundo a imprensa estatal.
O presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou a jornalistas que o Irã não pretende deixar o Tratado de Não Proliferação como reação à restauração das sanções da ONU.
“O Irã nunca buscará armas nucleares. Estamos totalmente preparados para ser transparentes em relação ao nosso urânio altamente enriquecido”, disse.
Pezeshkian ainda afirmou que considera a ativação automática das sanções um dispositivo nulo e politicamente irresponsável. “A diplomacia nunca morre, mas ficará mais difícil e complexa daqui para frente”, declarou.