SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A prolongada estiagem que atinge o estado de São Paulo nos últimos meses levou Bauru, no interior paulista, a endurecer nesta sexta-feira (26) o sistema de racionamento de água que desde agosto vigora aos moradores atendidos pela ETA (Estação de Tratamento de Água).
Até então, o município mantinha sistema de rodízio intercalado: eram 24 horas de abastecimento e 24 horas sem. Agora, informou nesta sexta o DAE (Departamento de Água e Esgoto), serão 14 horas de abastecimento contra 34 horas sem o fornecimento de água.
A autarquia afirmou ter reforçado a frota de caminhões-pipa destinados ao atendimento da população.
A população atendida pela ETA, abastecida pelo rio Batalha, foi dividida em dois grandes grupos, que recebem água em dias alternados conforme a programação abaixo:
Grupo 1 (Azul): Região da Vila Independência, Jardim Ouro Verde e Parque dos Sabiás
Dias com abastecimento: quinta-feira (28), sábado (30), segunda-feira (1º) e assim sucessivamente Grupo 2 (Amarelo): Região da Vila Falcão, Vila Alto Paraíso e Vila Industrial
Dias com abastecimento: sexta-feira (29), domingo (31), terça-feira (2) e assim sucessivamente Em nota, a autarquia afirmou que a decisão se deve à falta de chuvas que já dura quase 90 dias e que o endurecimento no rodízio visa recuperar níveis de abastecimento do reservatório do rio Batalha.
O racionamento de água em Bauru foi decretado no final de agosto e não atinge regiões abastecidas por poços. Apesar disso, disse o DAE na época, há bairros que podem enfrentar instabilidade no fornecimento de água porque servem de reforço ao sistema Batalha/ETA.
Redução de pressão
Na região metropolitana de São Paulo, a Sabesp ampliou na segunda-feira (22) em duas horas -de 8 para 10- o período no qual a pressão da água fornecida à população da região metropolitana de São Paulo é reduzida.
A medida, segundo o Governo de São Paulo, permitiu economia hídrica acima do previsto. “Conseguimos economizar quatro mil e duzentos litros por segundo, acima mesmo do que esperávamos”, disse a secretária Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) na quinta-feira (26).
Ela também descartou a hipótese de racionamento hídrico em São Paulo e afirmou que o Palácio dos Bandeirantes toma medidas preventivas para evitar o sistema de rodízio.
Na quarta-feira (24), o governo paulista decretou cenário de escassez hídrica nas bacias do Alto Tietê e do rio Piracicaba.
Esta última é responsável pelo abastecimento de parte do sistema da Cantareira e registrou em agosto volume de chuva 90% inferior à média histórica de 32,2 milímetros.
EM MINAS GERAIS
Em Minas Gerais, a cidade de Itabira, a 106 quilômetros da capital Belo Horizonte, também adotou racionamento, que começou na quarta-feira (24).
O Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) afirmou que a medida pode durar até 30 de novembro e foi aprovada pela agência reguladora estadual.
“O Plano de Racionamento é estratégia técnica para distribuir o recurso de maneira equilibrada entre todos os bairros”, afirmou o presidente do Saae, Valdeci Fernandes Júnior.