SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A revista americana Time publicou, pela primeira vez, uma lista das 100 pessoas mais influentes no mundo da inteligência artificial. Ao lado de nomes de peso, como Sam Altman e Elon Musk, uma gaúcha de Capão da Canoa apareceu no grupo seleto.
Ana Helena Ulbrich criou, com o irmão Henrique Dias, uma ferramenta que auxilia médicos e farmacêuticos a reduzirem erros em prescrições médicas.
Ana é farmacêutica e mora no litoral do Rio Grande do Sul. Em 2017, ela trabalhava no Grupo Hospitalar Conceição, a maior rede pública de hospitais da região. Lá, ela era responsável por avaliar as prescrições médicas -cerca de 800 por dia.
Criou algoritmo ao lado do irmão Henrique. Conversando com ele, que na época fazia doutorado em informática, eles desenvolveram um algoritmo alerta erros e detecta prescrições fora do padrão. O trabalho chegou a ser publicado em uma revista científica.
Projeto virou instituto sem fins lucrativos em 2019. Nomeado de NoHarm (SemDanos, na tradução livre), eles atuam com hospitais públicos e privados. Deste último, é cobrada uma pequena taxa que torna possível que o uso pelo SUS seja gratuito.
Gratuidade ao SUS é inegociável para eles. Para manter isso, eles optaram por manter o negócio como uma instituição sem fins lucrativos, em vez de projetar como startup. A decisão, no entanto, não é bem-vista pelo mercado e pelos investidores.
Hoje, empresa conta com diversos parceiros. Segundo o site oficial, empresas como BNDES, Amazon, Google, Oracle, Meta e Nvidia estão entre eles, além da Gates Foundation. Dinheiro arrecadado é usado para salários e reinvestimento na tecnologia.
Empresa opera com 20 pessoas dentro da incubadora de negócios da PUC-RS. A NoHarm já avaliou mais de 90 mil prescrições de mais de 150 unidades de saúde e gerou mais de 1,2 milhões de vidas impactadas e R$ 30 milhões em economia.