SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Biopas Brasil Produtos Farmacêuticos, fabricante do Rivotril (clonazepam), afirmou que os preços do medicamento no mercado brasileiro permanecerão os mesmos, apesar da mudança da planta fabril para a Europa, como antecipado nesta quinta-feira (25) pela Folha.
Segundo a empresa, o preço do produto segue as normas da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e, portanto, não haverá alteração no valor final ao consumidor.
A Biopas disse ainda que a produção do Rivotril já está em andamento nas instalações localizadas na Itália e na Espanha. A versão em gotas de 2,5 mg/mL está sendo produzida em uma planta fabril italiana e a versão sublingual de 0,25 mg está em fabricação na unidade espanhola.
A empresa afirmou que essas unidades fabris “já existem e estão devidamente aprovadas e validadas por agências regulatórias, incluindo a Anvisa”.
A reportagem solicitou a confirmação desta informação junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas não obteve retorno até a publicação deste texto.
A fabricante disse que a transferência da produção para a Europa não provocará nenhuma alteração na formulação, no registro ou nas especificações técnicas dos produtos, que permanecerão os mesmos para os consumidores brasileiros.
Farmácias brasileiras estão sem estoque de Rivotril (clonazepam) nas versões em gotas de 2,5 mg/mL e sublingual de 0,25 mg, devido à mudança da planta fabril do medicamento para a Europa.
A Biopas afirmou que a distribuição da versão em gotas deve ser regularizada ainda em 2025 e a do sublingual no primeiro semestre de 2026. Disse ainda que a apresentação comercial de Rivotril 2 mg com 30 comprimidos continua disponível normalmente.
O Rivotril é amplamente utilizado para tratar diversas condições, incluindo transtornos de ansiedade e de pânico, síndromes psicóticas, crises epilépticas, espasmos infantis (síndrome de West), pernas inquietas, problemas de equilíbrio, síndrome da boca ardente e vertigem, conforme detalhado na bula.
Apesar do desabastecimento temporário da versão em gotas e sublingual, especialistas afirmam que há alternativas genéricas contendo o princípio ativo clonazepam para que pacientes possam manter o tratamento sem interrupções.
No entanto, recomendam que o paciente mantenha o acompanhamento médico adequado e evite alternar entre marcas diferentes para garantir a estabilidade do tratamento.
Um medicamento original, como o Rivotril, é o primeiro desenvolvido e estudado por um laboratório que detém a patente, neste caso, a Blanver.
Após a quebra da patente, surgem outras opções: o clone, feito pelo mesmo laboratório com outro nome para negociar preço, o similar, produzido por outro laboratório com nome fantasia, e o genérico, que usa o nome da substância (clonazepam).
Além do princípio ativo, os medicamentos têm diferentes substâncias que ajudam na ingestão, como corantes e estabilizantes, que podem variar entre laboratórios e causar diferenças na percepção do paciente, incluindo leves efeitos colaterais. Por isso a recomendação de permanecer com a mesma marca.
A SES-SP (Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo) afirmou que o clonazepam (genérico do Rivotril), nas apresentações de 2mg e 2,5mg, está sendo distribuído regularmente, sem interrupções ou atrasos nos municípios do estado.
A SMS (Secretaria Municipal da Saúde) informou que possui estoque do medicamento clonazepam e que as unidades de saúde estão abastecidas com o insumo.