CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – O homem de 51 anos preso sob suspeita de manter a ex-enteada em cárcere por 22 anos em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, foi indiciado pela Polícia Civil por sete crimes.

Segundo a polícia, ele responderá pelos crimes de perseguição, dano emocional, estupro, estupro de vulnerável, cárcere privado qualificado, constrangimento e filmar conteúdo de ato sexual sem autorização.

O nome dele não foi divulgado. A reportagem tenta localizar sua defesa.

Ele foi preso em flagrante no dia 16 de setembro, depois de a vítima buscar uma unidade policial para registrar a ocorrência.

No momento em que a mulher era atendida, ela recebeu ameaças do agressor por mensagens de áudios.

“A prisão aconteceu após a vítima conseguir fugir, alegando que iria a um posto de saúde, e então procurou a delegacia”, contou o delegado Eduardo Kruger.

No dia da prisão, na casa onde viviam, também foram apreendidas as câmeras utilizadas para monitoramento da vítima e vídeos dos abusos no celular dele.

Segundo a investigação, o suspeito era antigo padrasto da vítima e cometia abusos desde quando ela tinha 7 anos. Aos 16, ela teria sido forçada a se casar com ele após engravidar. Hoje ela tem 29 anos e eles têm três filhos.

Segundo a Polícia Civil, a vítima e os filhos foram agora “acolhidos e encaminhados para local seguro”.

Ainda de acordo com o inquérito policial, ao longo das mais de duas décadas vivendo na mesma residência, houve agressões físicas e psicológicas, monitoramento por câmeras instaladas na residência e controle sobre o celular e os deslocamentos da vítima.

Os investigadores também descobriram que o suspeito a obrigava a se relacionar com outros homens e os atos eram registrados em vídeo.

“Ao longo das diligências, apreendemos diversos objetos que ele utilizava ou fazia outros homens utilizarem na vítima durante a prática dos abusos”, disse o delegado.

Segundo relato da vítima, seriam 30 homens. A Polícia Civil afirmou à reportagem que tenta identificá-los.

Com a conclusão do inquérito policial, o caso foi remetido ao Ministério Público, que deve apresentar denúncia contra ele à Justiça Estadual.