SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Polícia Civil do Paraná indiciou o homem suspeito de manter a enteada em cárcere privado por 22 anos, abusar sexualmente da vítima e ter três filhos com ela nesse período.

O padrasto foi indiciado por oito crimes: estupro de vulnerável; estupro; eárcere privado qualificado; perseguição; provocar danos emocionais à vítima; participação em crimes de estupro contra a própria enteada; filmar os abusos sofridos pela enteada praticados por outros homens; e constrangimento legal.

Caso foi concluído pela polícia e encaminhado ao Ministério Público do Paraná. Caberá à promotoria decidir se aceita as provas e oferece denúncia à Justiça, ou pede mais investigações.

Por se tratar de um crime de estupro, a identidade do suspeito não foi divulgada. Não foi possível localizar sua defesa para pedir posicionamento.

Segundo a polícia, o suspeito negou ter cometido os crimes. A Justiça paranaense manteve a prisão preventiva dele.

RELEMBRE O CASO

Vítima conseguiu escapar do cárcere na semana passada em Araucária (PR). Na ocasião, ela disse ao suspeito que precisava levar os filhos a uma consulta médica, mas foi para a delegacia da cidade e denunciou o padrasto. As informações são da Polícia Civil do Paraná.

Padrasto começou a abusar sexualmente da vítima quando ela tinha 7 anos. Atualmente, a mulher tem 29.

Vítima teve três filhos com padrasto. O primeiro nasceu quando ela tinha 16 anos. As idades das outras crianças não foram divulgadas.

Ela raramente tinha permissão para sair de casa. O suspeito também forçava a enteada a manter relações sexuais com outros homens e gravava os abusos, segundo o delegado do caso, Eduardo Kruger.

Delegado disse que o padrasto mantinha controle emocional sobre a vítima para mantê-la em cárcere. Além de ser abusada sexualmente, ela também sofria abusos físicos, psicológicos e era monitorada por câmeras de segurança.

VÍTIMA ERA AMEAÇADA

Jovem classificou o padrasto como uma pessoa agressiva. “Eu tinha muito medo e ainda tenho”, afirmou a mulher à RPC.

Vítima relatou que o homem era possessivo e falava que “só a morte” separaria os dois. “Dizia que se eu não fosse dele, não seria de mais ninguém, que nossa separação seria só a morte”, declarou.

A mãe dela também disse à polícia que era violentada pelo suspeito durante o período em que ficaram juntos. A genitora, que é considerada testemunha pela polícia, relatou ainda que não sabia dos abusos sofridos pela filha.

EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 —Central de Atendimento à Mulher— e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.