BSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Tornar-se um astronauta com ajuda de inteligência artificial ou visitar uma réplica de 14 metros do dinossauro Allosaurus frigilis são passeios possíveis a quem está na capital paulista. Seja na nova exposição “Astro”, no Visualfarm Gymnasium, ou no Museu de Geociências da USP, reaberto neste ano, moradores da cidade podem se aprofundar no universo científico.

Há museus, planetários e cineclubes que transformam a ciência em linguagem divertida, interativa e fácil de entender.

No Museu da Vacina do Instituto Butantan, por exemplo, o público acompanha o raciocínio de um pesquisador durante a criação de um imunizante por meio de um jogo. E no planetário Aristóteles Orsini, no parque Ibirapuera, dá para enxergar como o céu como estava quando os dinossauros foram extintos da Terra.

Esse tipo de experiência aproxima as pessoas de conceitos que podem parecer abstratos. “Existe uma preocupação em atender a diversos públicos, não só a quem entende ou gosta de ciência”, afirma Suzana Fernandes, diretora cultural do Butantan.

No Parque da Ciência, o instituto reúne 22 atrações, entre viveiros de animais e museus. Assim, em uma visita ao parque, é possível aprender sobre vírus, bactérias e imunizantes, além de entender melhor o trabalho do instituto brasileiro considerado referência mundial na produção de vacinas e soros. E nao só. Os espaços de divulgação científica podem ser locais de lazer.

“Não tenho a perspectiva de que eu vou fazer uma sessão sobre buraco negro e as pessoas vão entender o que é. Isso nem eu entendo com todos os anos de estudo”, conta Marcelo Soares Rubinho, astrofísico e supervisor de ciências do planetário do Ibirapuera. “A ideia é criar uma semente nas pessoas, gerar fascinação.”

Para Rubinho, quando a ciência se afasta da sociedade, cria lacunas que podem ser preenchidas por desinformação. Encantar o público com as descobertas que a pesquisa proporcionou é mostrar um caminho de aprendizagem e curiosidade sobre o mundo.

Conheça espaços que apresentam a ciência por trás de áreas como saúde, linguagem, história, astronomia e o mundo animal.

Astro

A exposição imersiva de 2.000 m² tem um planetário digital com projeções 360° e cabines de inteligência artificial que transformam o visitante em um astronauta. A mostra tem curadoria científica do astrônomo João Fonseca e aborda temas como matéria escura, partículas subatômicas e origem do Universo, além de apresentar telescópios renascentistas e modelos modernos.

Visualfarm Gymnasium – pça. Olavo Bilac, 38, Campos Elíseos, região central. Seg., qua., qui.,, sex. e sáb., das 10h às 20h. Dom., das 10h às 19h. Ingr.: R$ 60 (inteira) na bilheteria ou em Ticketmaster

Caminhos da Saúde

A exposição faz parte das ações do Instituto Lado a Lado pela Vida para o Setembro Vermelho, campanha de prevenção de doenças cardiovasculares. O destaque é a réplica gigante de um coração humano -a peça inflável tem mais de sete metros de comprimento, um túnel que simula o sistema circulatório e faz som como os de batimentos cardíacos. Também há réplicas do intestino e do aparelho reprodutor feminino.

CCSP – r. Vergueiro, 1.000, Liberdade, região central. Até 28/9. Sex. a dom., das 10 às 17h. Grátis

Cine Ciência

É o programa do Museu da Imagem e do Som que exibe filmes sobre temas científicos. Acontece uma vez ao mês, sempre aos domingos e tem entrada grátis. A cada edição, há a discussão em torno de um clássico, que é comentado por um especialista. A curadoria é feita pelo físico José Luiz Goldfarb. A próxima sessão é de “Planeta dos Macacos”, do diretor Franklin J. Schaffiner.

MIS – av. Europa, 158, Jardim Europa, região oeste. Dom. (19), às 15h. Grátis, com retirada de ingressos uma hora antes da sessão

Instituto Principia

O instituto promove observação de planetas por meio de telescópios, palestras e mostras de cinema relacionadas à ciência. Nesta sexta (26), às 19h, o projeto Cinema Científico exibe “A Batalha das Correntes”, seguido por bate-papo com o especialista em história da ciência Gildo Magalhães. No dia 3, às 18h, há sessão de observação da Lua. Para participar, é preciso retirar o ingresso grátis na plataforma Sympla.

R. Pamplona, 145, Cerqueira César, região central. Programação em @institutoprincipia

Jardim Botânico

No museu botânico Dr. João Barbosa Rodrigues, há quadros com plantas prensadas e secas, informações sobre os biomas paulistas, como a mata atlântica e o cerrado, e ilustrações de espécies de fungos. No jardim, também está em cartaz a exposição “Povos Originários”, dedicada às culturas indígenas do Brasil. A mostra reúne mais de 800 peças originais, como artefatos para rituais.

Av. Miguel Estefno, 3.031, Água Funda, região sul. Sex., sáb. e feriados, das 10h às 16h. Ingr.: a partir de R$ 29,90 (venda antecipada) em ingressos.zoologico.com.br

Museu Catavento

O acervo tem em quatro seções: Universo, dedicada à astronomia; Vida, voltada ao planeta Terra; Engenho, que explora física e química; e Sociedade, com foco em história e educação. O visitante encontra locomotivas, aviões e fósseis. Algumas instalações exigem retirada de senha, como o borboletário, o laboratório de química ou a sala de realidade virtual sobre dinossauros brasileiros.

Av. Mercúrio, Parque Dom Pedro 2°, s/n, região central. Ter. a dom., das 9h às 17h. Ingr: R$ 18. Grátis às terças, 1º dom. do mês e 2ª qua. do mês

Museu da Energia

Reúne o acervo da Fundação Energia e Saneamento, que conta a história de 150 anos da energia na capital e no estado. Com toca-discos, abajur, abridor de lata elérico e imagens de São Paulo no século 19, a exposição permanente tem áreas que explicam as diferentes fontes energéticas, processos de geração de energia e tendências futuras do setor.

Al. Cleveland, 601, Campos Elíseos, região central. Qui. a sáb., 10h às 17h. Grátis

Museu da Imaginação

É voltado ao público infantojuvenil. A nova exposição “Volta ao Mundo – Uma Jornada Pelo Tempo” apresenta construções de diferentes eras da humanidade como a pirâmide de Gizé e os jardins suspensos da Babilônia. Uma outra novidade é a mostra “Agriventura”, que tem um berçário com pintinhos, onde o visitante pode acompanhar o nascimento dos animais. Nos dias 27 e 28, acontece a experiência Ser Natureza, que permite interagir com tartarugas, coelhos e hamsters-sírios.

R. Virgilio Wey, 100, Água Branca, região oeste. Ter. a sex., das 9h às 17h. Sáb., dom. e feriados, das 9h às 18h. Ingr.: R$ 120 (adulto ou infantil) em Sympla

Museu da Língua Portuguesa

Na estação da Luz, um dos principais pontos de passagem dos imigrantes que chegavam ao país no século 20, o museu dá destaque à diversidade da língua portuguesa. Entre as principais atrações está a instalação “Línguas do Mundo”, onde o visitante pode ouvir 23 delas, incluindo aquelas de povos originários. No mesmo piso, existe uma árvore genealógica de idiomas, que se ilumina para revelar as origens do português no latim e suas conexões com outras línguas.

Pça. da Luz, s/nº, Centro Histórico. Ter. a dom., das 9h às 16h30. R$ 24 (inteira) na bilheteria ou no Sympla. Sáb. e dom., grátis

Museu de Anatomia Humana Alfonso Bovero

O espaço da USP tem peças reais dos diversos sistemas do corpo humano preparadas com técnicas, como a dissecção, que ajudam o público a enxergar detalhes. No acervo, há exemplares de medula espinal, cabeça mumificada, vias respiratórias, ossos e coração. A exposição é recomendada para maiores de 12 anos. Não é permitido fotografar ou filmar durante a visitação.

Av. Prof. Lineu Prestes, 2.415, Cidade Universitária, Butantã, região oeste. Ter. a sex., das 13h às 16h. Grátis

Museu de Geociências

O museu da USP reúne e expõe acervos relacionados à história da Terra. Lá, dá para ver uma réplica de 14 metros do dinossauro Allosaurus frigilis, um meteorito de 624 kg –o quinto maior já encontrado no Brasil– e fósseis que ajudaram a descrever a teoria da Deriva Continental, explicação sobre a formação dos continentes do planeta a partir de um único bloco de terra, a Pangeia.

Instituto de Geociências – r. do Lago, 562, 1º andar, Cidade Universitária, Butantã, região oeste. Ter. a sex., das 9h às 18h. Sáb., das 10h às 16h. Grátis

Museu de Saúde Pública Emílio Ribas

É gerido pelo Instituto Butantan e tem o maior acervo sobre saúde pública do estado de São Paulo. O casarão que abriga o museu foi construído em 1893 como espaço para o Desinfectório Central, equipamento do governo que era responsável pela desinfecção de ruas e remoção de doentes no século 19. Reúne documentos como cartilhas e carteiras de vacinação, além de mobílias, instrumentos e a fantasia de Zé Gotinha da década de 1990. Para visitar, é preciso agendar pelo site da instituição.

R. Tenente Pena, 100, Bom Retiro, região central. Ter. a dom., das 9h às 15h. Grátis

Museu de Zoologia

Gerido pela USP, oferece um dos maiores acervos zoológicos -conjunto de materiais e registros relacionados aos animais- da América Latina. Alguns dos animais expostos, por exemplo, já foram extintos. As peças são organizadas por biomas ou proximidade biológica e incluem insetos e bichos de grande porte, como tigre, ursos e réplicas de esqueletos de dinossauros, na coleção.

Av. Nazaré, 481, Ipiranga, região sul. Ter. a dom., das 10h às 16h30. Grátis

Parque da Ciência do Instituto Butantan

O complexo é formado por 22 atrações. Os viveiros (serpentário, macacário e reptário) abrem todos os dias e têm entrada grátis. Já os museus fecham às segundas e têm tíquetes de entrada a R$ 10. No Museu de Microbiologia, por exemplo, é possível compreender o mundo dos micróbios. Já no Museu da Vacina, fundado após a pandemia de coronavírus, o público tem contato com o processo dos cientistas durante a criação de imunizantes.

Av. Vital Brasil, 1.500, Butantã, região oeste.

Pq. da Ciência – Seg. a dom., das 7h às 17h. Grátis

Museus – Ter. a dom., das 9h às 16h45. Ingr.: R$ 10 (inteira) na bilheteria

Parque de Ciências e Tecnologia da USP

Logo na chegada, a alameda do Sistema Solar exibe uma instalação com informações sobre o Sol e os planetas. Também há uma sala com o gerador de Van de Graaff, máquina usada por físicos para mostrar como funciona a eletricidade. Quando uma pessoa encosta na esfera do material, os fios de cabelo ficam arrepiados. Outra atração é a trilha ecológica, que permite contato com o ecossistema da mata atlântica e observação de bugios, saguis, teiús e aves.

Av. Miguel Estefno, 4.200, Vila Água Funda, região sul. Seg. a sáb., das 9h às 16h. Grátis

Planeta Inseto

A exposição permite o toque e interação com algumas espécies de insetos como bicho-da-seda, baratas gigantes e bicho-pau. Também é possível observar o interior de uma colônia de formigas-saúvas e participar de uma corrida de baratas.

Instituto Biológico – av. Dr. Dante Pazzanese, 64, Vila Mariana, região sul. Ter. a dom., das 9h às 16h. Grátis

Planetário Professor Aristóteles Orsini

Aberto em 1957 pelo pesquisador que dá nome ao espaço, foi o primeiro planetário construído no Brasil. No parque Ibirapuera, o equipamento Zeiss Star Master simula o céu de diferentes formas: como está no presente ou aqueles do passado e do futuro, vistos de qualquer localidade do planeta Terra. Também oferece cursos periódicos para quem quiser saber mais sobre galáxias.

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10, Vila Mariana, região sul. Sáb., Às 13h, 15h, 17h e 19h. Dom., às 11h, 13h, 15h e 17h. Ingr.: R$ 36 (inteira) em planetario.urbiapass.com.br

Planetário do parque Carmo

O projetor Zeiss Universarium VIII é capaz de exibir 9.000 estrelas na abóbada utilizada em sessões de cúpula, quando o aparelho simula o universo. Também realiza observações do céu aos finais de semana, a partir das 14h. Nas sessões Janela para o Universo, realizadas às 15h dos domingos, o público aprende sobre os telescópios Hubble e James Webb.

R. John Speers, 137, Itaquera, região leste. Sáb., das 13h às 18h. Dom. e feriados, das 13h às 16h. Grátis, com retirada de ingressos no local no mesmo dia