SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Não havia animais na pista de acidente que matou 4 no MS, indica polícia Investigação preliminar da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul contradiz relatos iniciais e indica que não havia animais na pista no momento da queda de um avião de pequeno porte, que deixou quatro pessoas mortas na região do Pantanal na terça-feira (23).

Porém, a possível presença de animais continua em investigação, segundo a Polícia Civil. As apurações iniciais apontam que houve uma tentativa de pouso da aeronave, seguida por uma arremetida, quando o piloto tenta voar novamente, de acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira (25).

Também é investigado o horário da tentativa de pouso. Ele teria ocorrido pouco mais de 30 minutos após o horário de operação da pista, localizada no município de Aquidauana, já à noite. A aeronave não possuía os equipamentos necessários para ser guiada no escuro.

Policiais civis permanecem no local do acidente ouvindo testemunhas. Os agentes também colhem provas e fazem exames periciais.

Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) também investiga o caso. “A investigação será concluída no menor prazo possível, considerando a complexidade da ocorrência e a necessidade de identificar os possíveis fatores contribuintes”, afirmou o órgão da FAB.

Piloto foi investigado em 2019 por transporte irregular de passageiros. À época, a aeronave trafegava com irregularidades na documentação, incluindo adulteração na identificação e certificado de aeronavegabilidade cancelado. Avião ficou retido por três anos, depois foi liberado pela Justiça, reformado e autorizado a realizar voos particulares.

O ACIDENTE

Aeronave caiu perto na região do Pantanal. Quatro pessoas estavam dentro do avião e todas morreram carbonizadas.

Avião arremeteu devido à presença de porcos selvagens na pista, segundo os bombeiros. A informação consta no laudo preliminar do Corpo de Bombeiros para a causa do acidente, a partir do relato de pessoas que presenciaram a queda da aeronave.

Testemunhas disseram que os porcos invadiram a pista de pouso e o piloto precisou arremeter para não atingir os animais. Com o movimento súbito, a aeronave perdeu altitude e caiu a 100 metros da cabeceira da pista. Devido ao impacto no solo, o veículo explodiu.

Monomotor Cessna 175 foi fabricado em 1958 e comprado em 2015 pelo piloto. O avião tinha situação de aeronavegabilidade normal e documentação em dia, válida até dezembro deste ano.

QUEM SÃO AS VÍTIMAS

Arquiteto chinês Kongjian Yu era professor da Universidade de Pequim e diretor do escritório de arquitetura paisagística Turenscape. Ele fez doutorado na Harvard Graduate School of Design em 1995, era reitor da Faculdade de Arquitetura e Paisagismo da Universidade de Pequim e Membro Honorário Internacional da Academia Americana de Artes e Ciências.

Yu era mundialmente conhecido pelo conceito de “cidades-esponja”, estilo que propõe o convívio das construções com a água da chuva. Além de armazenar água para períodos de estiagem, o projeto também evita que as cidades sofram com enchentes.

Chinês veio ao Brasil no começo de setembro, quando palestrou em Brasília. Na ocasião, ele participou da Conferência Internacional do Conselho de Arquitetura e Urbanismo.

Cineasta brasileiro Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz era especializado em produção de documentários. Em 2007, fundou a própria produtora, a Olé Produções, com foco em desenvolvimento, produção e direção de documentários e formatos de não-ficção. Entre as produções assinadas pela produtora estão “O Bixiga é Nosso”, sobre a histórica da comunidade negra no histórico bairro no centro de São Paulo, e “Futebóis”, sobre a presença feminina em times brasileiros.

Luiz também dirigiu uma série sobre a tragédia aérea com o time da Chapecoense. Ele foi indicado ao Emmy Internacional pela produção “Dossiê Chapecó: O jogo por trás da tragédia”.

Rubens Crispim Jr. era diretor de fotografia e criador da produtora Poseídos, especializada em filmes de arte. Nascido em São Paulo, ele se formou em artes plásticas pela USP e trabalhava com audiovisual havia 20 anos. Rubens era dono da produtora junto à esposa, Heloisa Faria.

Trio estava na região gravando documentário sobre cidades-esponja. A informação foi confirmada pela Olé Produções, mas não há detalhes sobre há quanto tempo a produção era feita.

Marcelo Pereira de Barros era piloto e proprietário da aeronave que caiu. Ele trabalhava na companhia de táxi-aéreo Aerotrip, que fazia viagens pelo Pantanal. “Sua ausência será profundamente sentida por todos nós”, afirmou a empresa nas redes sociais.