SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A secretária estadual Natália Resende (Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) disse nesta quinta-feira (25) descartar a hipótese de racionamento hídrico em São Paulo e afirmou que o Palácio dos Bandeirantes toma medidas preventivas para evitar o sistema de rodízio.
“O estado está bem preparado e muito mais resiliente do que em 2014 ou 2015”, afirmou a secretária, em referência ao biênio de maior seca nos reservatórios do sistema Cantareira, que abastece 9 milhões de pessoas quase metade da população da Grande São Paulo.
A titular da pasta disse que a situação de determinadas regiões preocupa, mas que a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) monitora o volume de água nas bacias hidrográficas.
Na quarta-feira (24), o governo paulista decretou cenário de escassez hídrica nas bacias do Alto Tietê e do rio Piracicaba.
Esta última é responsável pelo abastecimento de parte do sistema da Cantareira e registrou em agosto volume de chuva 90% inferior à média histórica de 32,2 milímetros.
“Choveu muito aquém do esperado”, afirmou Natália, “mas nosso trabalho agora é antecipar medidas para evitar que a situação piore”.
Isso inclui o recente anúncio da Sabesp pelo qual a companhia comunicou que ampliaria em duas horas de 8 para 10 o período no qual a pressão da água fornecida à população da região metropolitana de São Paulo é reduzida.
Segundo a secretária, a medida evita perdas no sistema de abastecimento. Ela afirmou que o resultado desde que a ampliação do horário entrou em vigor, na segunda-feira (22), é positivo. “Conseguimos economizar quatro mil e duzentos litros por segundo, acima mesmo do que esperávamos”, disse Natália.
Na quarta-feira, além do alerta de escassez nas bacias do Alto Tietê e do rio Piracicaba, as agências Nacional e Estadual de Águas anunciaram que o sistema Cantareira vai operar sob restrição a partir de 1º de outubro.
A secretária disse que a questão é procedimental e “ocorre sempre que há mudanças no volume dos reservatórios”. Afirmou também que a declaração de escassez serve também ao início de medidas de contingência.
“Então suspendemos novas outorgas nessas bacias e ampliamos a fiscalização sobre o uso dos recursos”, disse. “A gente está tomando essas medidas exatamente para poder controlar a situação”.
Ela conversou com a reportagem durante solenidade em Guarulhos, onde participou da inauguração de duas estações de tratamento de esgoto da Sabesp.
Pouco antes, disse durante um discurso que a universalização do saneamento básico em São Paulo passa necessariamente por Guarulhos, que enfrenta um dos piores índices de tratamento de esgoto do estado.
Ela atribuiu as obras à privatização da Sabesp, medida sem a qual investimentos como esse não sairiam do papel, afirmou. “Em 2023 a Sabesp fazia R$ 1,1 bilhão de investimentos em esgoto. Agora serão R$ 20 bilhões até 2026”, afirmou.