SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Enquanto Javier Milei discursava na Assembleia da ONU, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, participava da cúpula Democracia Sempre, em Nova York. Convidado por Lula, Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Pedro Sánchez (Espanha) e Yamandú Orsi (Uruguai), o peronista criticou no evento o “declínio da hegemonia norte-americana”.

“O mundo que emergiu após a queda do Muro de Berlim -do ponto de vista econômico, monetário, geopolítico e ideológico-, aquele mundo unipolar, acabou. Estamos testemunhando o fim e o declínio da hegemonia norte-americana”, afirmou no evento, em Nova York, em que também foi homenageado o ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, morto em maio deste ano.

“A Argentina de Milei é um caso a ser estudado, para nós que vivemos essa situação tão bizarra, é uma verdadeira vergonha nacional. O dano que o governo dele está produzindo é visível, a Argentina atravessa uma profunda crise, com fundamentos mais antigos, mas que tem Milei como responsável”, disse o governador.

Kicillof se posicionou como principal rival de Milei após sair vitorioso das eleições legislativas na província, em setembro. A ida do governador foi criticada pelos mileístas, por coincidir com um violento caso de triplo feminicídio que acaba de ocorrer em Florencio Varela, na Grande Buenos Aires, e que, segundo investigações preliminares, envolveria um grupo de narcotraficantes que opera na capital.