SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Spotify vai endurecer a vigilância sobre o uso da inteligência artificial na produção de músicas. A plataforma quer coibir a disseminação do chamado ‘spam muscial’.

Por meio da inteligência artificial, usuários fazem o envio em massa de músicas para a plataforma ou duplicam faixas já existentes para fisgar ouvintes e ganhar dinheiro com isso. O serviço de streaming diz que removeu mais de 75 milhões de faixas de spam nos últimos 12 meses.

Para impedir esse tipo de fraude, a plataforma lançará um filtro de spam musical. Essa ferramenta vai identificar faixas geradas por meio dessa prática, impedindo que as canções sejam adicionadas em playlists.

Uma outra novidade é a criação de regras mais rígidas para a imitação vocal de artistas. Com o uso da IA, usuários têm clonado a voz de cantores para inseri-la em canções que eles nunca cantaram. Com as mudanças, a imitação vocal só será permitida no Spotify com a autorização dos artistas.

Além disso, a plataforma irá divulgar uma nova política para denúncias sobre clonagem de voz por meio de IA.

O uso da inteligência artificial na música passou a chamar a atenção em agosto, quando internautas descobriram que a banda Velvet Sundown foi criada por inteligência artificial. À época, o grupo tinha 500 mil ouvintes mensais e aparecia em playlists de sucesso do Spotify, como “Descobertas da Semana”, gerada semanalmente com recomendações personalizadas.

Também aparecia em “Vietnam War Playlist”, playlist salva por mais de 600 mil pessoas, com rock dos anos 1960 e 1980.

Por causa de situações como essa, o Spotify diz que apoia o desenvolvimento de um padrão que permitirá que artistas e gravadoras informem onde e como a IA participou na criação de uma faixa. A ideia é que o aviso seja adicionado aos créditos da canção, dando mais transparência para os ouvintes.