BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) – O collant na ginástica rítmica vai muito além de um traje —ele é expressão de personalidade, sentimento e história. Nos Jogos da Juventude, que neste ano ocorrem em Brasília, as ginastas, junto com a embaixadora Babi Domingos, mostraram como desenho, cor e luz se unem para dar voz à apresentação.

Lara Santos, da Paraíba, de 14 anos, escolheu um caminho pessoal: ela mesma concebeu o figurino do zero para sua série com maças. Inspirada na trilha “O Segredo da Duquesa”, ela desenhou um relógio nas costas para “marcar o tempo” da música.

“Vi vários collants pela internet e pensava: isso não reflete quem eu sou. Então resolvi criar. Minha música tem batidas de relógio, algo elegante, antigo. Misturei ideias até chegar ali. É tão pessoal, o figurino mostra quem somos no tablado”, afirma Lara.

Para Julia Soares, também de 14 anos, a roupa tem força de autoestima. Ela mesma criou seu collant, juntando modelos que encontrou online, traços que curtiu, e levou tudo para ser confeccionado.

“Quando visto, me sinto uma diva, poderosa. É cintilante, visível do outro lado do ginásio. Amo meu collant porque ele traduz exatamente quem eu sou”, diz Julia.

Bettina Campelo, de Alagoas, buscou inspiração na cultura indiana para acompanhar a trilha que a própria música traz. Um figurino que escapasse do óbvio, que combinasse cores, tecidos e cortes com sons mais dramáticos e menos festivos.

“Queríamos algo diferente do comum. Encontramos a música e levei a ideia para a Sandra, que desenha nossos collants. Ela criou um modelo que combinou direitinho com a trilha. Ficou maravilhoso, eu amei.”

Quem lidera o processo criativo é Babi Domingos. Ela explicou que o nascimento das ideias costuma seguir o ritmo da música escolhida: “A criação do collant vem logo depois da escolha da música. A gente sempre procura que o figurino converse com ela, porque não dá pra usar algo aleatório. Já fiz um collant inspirado em algo da Lady Gaga, porque combinava com a trilha. Buscamos referências da música, do estilo de cada ginasta, até vestidos que viram base. É sempre algo feito em equipe: atleta, técnica e música juntos”.