BELÉM, PA (FOLHAPRESS) – Após 8 dias e várias tentativas de negociação, operários da construção civil de Belém (PA) aceitaram a proposta dos empresários e encerraram a greve, nesta quarta-feira (24).
O movimento envolveu mais de 10 mil trabalhadores e, segundo a entidade que representa a categoria, paralisou 80% das mais de trezentas obras em andamento na cidade, incluindo a construção de hotéis que farão receptivo para a COP30.
Ainda segundo a categoria, ficaram paradas ou parcialmente paradas obras públicas e privadas, com foco na conferência do clima, que ocorre em novembro na cidade.
Os trabalhadores retomam as atividades a partir desta quinta-feira (25).
Em nota, a Secretaria Executiva da COP30 reforçou que a paralisação dos trabalhadores da construção civil na última semana não afetou o andamento das obras para a conferência.
O Sinduscon, que representa as empresas, não comentou os prejuízos causados pela greve e informou que vai acompanhar o processo de assinatura do acordo.
O encerramento do movimento foi aprovado em assembleia na manhã desta quarta. Os operários aceitaram a proposta de reajuste de 6,5% no salários, R$ 160 para a cesta básica e R$ 350 na PLR (Participação de Lucros e Resultados).
“Foi uma grande vitória, mesmo não chegando onde queríamos foi uma conquista que representa quase 1.37% de ganho real para os trabalhadores”, avaliou o coordenador geral do sindicato, Adilson Cunha.
Desde o dia 15, o movimento realizou protestos e piquetes em obras, incluindo uma grande manifestação pelo centro de Belém.
Um deles foi em frente à construção das duas principais obras programadas para sediar a COP30, o Parque da Cidade e o Vila COP, que vai hospedar autoridades.
Segundo a categoria as atividades foram paralisadas parcialmente nos dois espaços. O governo negou. Durante os protestos, houve reforço policial nos dois canteiros de obras.
A paralisação afetou ainda a construção de hotéis como o Vila Galé e Tivoli, que estão programados para receber hospedes durante a COP.
A categoria iniciou o movimento pedindo 9,5% no piso salarial, aumento de 30% na PLR (Participação de Lucros e Resultados) e reajuste da cesta básica, de R$ 110, para R$ 270, contra a proposta da patronal de 5,5% dos salários, 3% de PLR e R$ 10, de aumento na cesta básica.
As negociações seguiram, intermediadas pela Superintendência Regional do Trabalho e pelo Tribunal Regional do Trabalho da 8° Região, esta última ocorrida neste terça (24), onde surgiu a proposta que foi aprovada em assembleia nesta quarta.