RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A adoção de teletrabalho em médias e grandes indústrias caiu em um intervalo de dois anos no Brasil. É o que aponta uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a Pintec Semestral.

De um total de 10.167 indústrias com cem ou mais empregados, uma parcela de 42,9% (4.357) adotou o teletrabalho em 2024. Isso significa uma queda de 4,9 pontos percentuais ante a proporção registrada em 2022 (47,8%).

Os resultados indicam uma adesão menor ao teletrabalho após o fim das restrições da pandemia. A crise do coronavírus havia dificultado deslocamentos, levando parte dos trabalhadores a atuar em casa, no regime conhecido como home office.

A pesquisa divulgada pelo IBGE tem financiamento da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e apoio técnico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Segundo a Pintec, o conceito de teletrabalho está associado à prestação de serviços preponderantemente fora das dependências dos empregadores, a partir da utilização de tecnologias de informação e comunicação.

“Considera-se teletrabalho apenas os serviços que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo”, afirma a pesquisa.

A Pintec traz detalhamentos. Entre as indústrias com teletrabalho, a área de administração seguiu com o maior registro da modalidade em 2024: 94,6%. É um patamar praticamente estável ante 2022 (94,5%).

A produção, por outro lado, mostrou mais uma vez a menor proporção: 35,5%. O percentual era de 38,7% em 2022. Esse dado sinaliza que produzir bens industriais fora das fábricas é uma tarefa mais complicada.

As empresas maiores, com 500 ou mais ocupados, voltaram a registrar a maior proporção de teletrabalho: 65,3%. Indústrias na faixa de 250 a 499 empregados (39,1%) e de 100 a 249 (36,3%) vieram na sequência.

A pesquisa do IBGE engloba empresas dos ramos de transformação e extrativo.