SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público cumpre nesta quarta-feira (24) mandados de busca e apreensão na Câmara Municipal de Guarujá, na Baixada Santista, para investigar supostas fraudes em licitações destinadas ao aluguel de veículos aos vereadores. É a segunda operação envolvendo a Casa num intervalo de apenas um ano.
Além da sede do Poder Legislativo e outros locais em Guarujá, diligências também são realizadas capital paulista e em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, onde uma das empresas na mira da investigação está sediada, segundo apurou a Folha. Ao todo, oito mandados de busca e apreensão foram expedidos.
O TCE-SP (Tribunal de Contas de São Paulo) e a Polícia Civil também participam da operação desta quarta. Procurada, a assessoria de imprensa da Câmara de Guarujá não se manifestou até a publicação.
Segundo a Promotoria, investigações sobre o caso começaram em 2024 a partir de representação encaminhada ao Gaeco que denunciou suposto conluio entre empresas no âmbito de uma licitação de aluguel de veículos oficiais.
O Tribunal de Contas chegou a cumprir diligências para fiscalizar o contrato e atestou as irregularidades apontadas na denúncia, diz o Ministério Público.
Ainda segundo o Gaeco, a investigação apontou que as empresas que participaram da licitação faziam parte de um mesmo grupo econômico, medida utilizada para fraudar a concorrência dos procedimentos licitatórios. Depois, afirma a Promotoria, contratos superfaturados eram assinados.
O Ministério Público declarou ainda que o esquema envolvia também o presidente da Câmara na época. Trata-se do hoje vereador Juninho Eroso (PP). A Folha ligou e enviou mensagem ao vereador, que não respondeu até a publicação deste texto.
No ano passado, em investigação semelhante, o Gaeco chegou a cumprir 26 mandados de busca e apreensão em investigação contra supostas fraudes em licitações na Câmara Municipal e na Prefeitura de Guarujá.
A operação, batizada de Hereditas, detectou indícios de fraudes em licitações e possível favorecimento de agentes públicos com pagamento de propina para viabilizar o esquema.