SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Jimmy Kimmel, 57, voltou ao ar com o Jimmy Kimmel Live! após o programa ser suspenso na semana passada. No retorno, ele explicou que não quis fazer piada com a morte do influenciador Charlie Kirk.O apresentador foi recebido sob muitos aplausos, e pessoas gritando seu nome. Ele ironizou uma fala do presidente Donald Trump, que afirmou sem evidências que há relação no uso de paracetamol por mulheres grávidas a casos de autismo em crianças.
“Eu não sei quem teve as 48 horas mais malucas, eu ou o CEO da Tylenol”, disse Jimmy Kimmel.
Kimmel disse que recebeu apoio de muitas pessoas, e citou Ted Cruz, senador dos EUA, que foi contra a suspensão do programa. “Obrigado por dizer aos seus seguidores que nosso governo não pode ter permissão para controlar o que dizemos ou não na televisão, e que temos que nos posicionar contra isso”.
O apresentador ressaltou que não quis zombar da morte de Kirk. “Eu não acho que o que vou dizer vai fazer muita diferença. Se você gosta de mim, gosta. Se não, não gosta. Eu não tenho a ilusão de mudar a opinião de alguém. Mas eu quero deixar algo claro porque é importante para mim como ser humano. E isso é: entendam que nunca foi a minha intenção de fazer piada sobre o assassinato de um jovem”.
“Nem era minha intenção culpar nenhum grupo específico pelas ações de um indivíduo obviamente profundamente perturbado. Isso era exatamente o oposto do que eu estava tentando dizer. Mas entendo que, para alguns, isso pareceu inoportuno ou confuso, ou talvez ambos.”
“Não acho que o assassino de Charlie Kirk represente alguém. Era uma pessoa doente que acreditava que a violência era uma solução. E nunca foi.”
Ele disse entender quem se chateou com o comentário. “Se a situação fosse inversa, há uma boa chance de eu me sentir da mesma forma. Tenho muitos amigos e familiares do outro lado que amo e de quem mantenho proximidade, mesmo que discordemos em questões políticas”.
Além da retratação, Kimmel defendeu a liberdade de expressão. “Este programa não é importante. O importante é que possamos viver em um país que nos permite ter um programa como este”.
Ele também deu outra alfinetada em Trump ao citar Epstein. “Ele [Trump] fez o possível para me cancelar. Em vez disso, forçou milhões de pessoas a assistirem ao programa. O tiro saiu pela culatra. Ele vai ter que divulgar os arquivos do Epstein para nos distrair disso agora”.
SUSPENSÃO
Segundo a Walt Disney Company, o talk-show foi suspenso para amenizar as tensões. “Na quarta-feira passada, tomamos a decisão de suspender a produção do programa para evitar agravar ainda mais a situação tensa em um momento delicado para o nosso país”, disse em um comunicado enviado ao jornal.
O programa foi suspenso após o apresentador tecer comentários sobre o acusado de matar Charlie Kirk. “É uma decisão que tomamos porque sentimos que alguns dos comentários foram inoportunos e, portanto, insensíveis. Passamos os últimos dias conversando com Jimmy e, após essas conversas, tomamos a decisão de retornar o programa na terça-feira”, concluiu.
Jimmy Kimmel não havia se pronunciado sobre o ocorrido. No entanto, alguns humoristas o apoiaram e criticaram a decisão de tirar o programa do ar, além de 400 artistas assinarem uma carta em apoio ao apresentador.
PROGRAMA DE JIMMY KIMMEL FICA DE FORA DA GRADE DE AFILIADAS DA ABC
Apesar de a Walt Disney ter anunciado o retorno do talk-show, algumas afiliadas da ABC não o exibirão nesta terça-feira. O TMZ divulgou que a Sinclair, detentora de algumas afiliadas nos EUA, não transmitirá o programa de Jimmy Kimmel.
A Sinclair comunicou que o jornalismo substituirá o programa. “A partir da noite de terça-feira, a Sinclair substituirá o ‘Jimmy Kimmel Live!’ em nossas emissoras afiliadas da ABC pela programação jornalística. As discussões com a ABC estão em andamento enquanto avaliamos o possível retorno do programa”, avisou.