PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – O supertufão Ragasa deixou 17 mortos e 17 desaparecidos em sua passagem por Taiwan entre terça (23) e quarta-feira (24), segundo informações da agência estatal local. No início desta manhã, o número de desaparecidos chegou a 124.
Em Hong Kong, um dos principais alvos na China, houve registros de inundações e feridos. Os voos do aeroporto estão previstos para serem retomados nesta quinta-feira (25).
Até agora, todas as vítimas de Taiwan são do condado de Hualien, na costa leste do país. Com os ventos, um lago na cidade de Guangfu, que concentra a maioria dos mortos, transbordou e inundou a região com lama. Tanto áreas agrícolas do município quanto urbanas foram inundadas, causando o que autoridades locais chamaram de “graves desastres”.
A cidade, com vocação agrícola, se prepara para lançar um programa abrangente de assistência aos agricultores que perderam total ou parcialmente as terras devido ao supertufão.
Cerca de 5.200 pessoas, ou aproximadamente 60% da população do município, buscaram abrigo nos andares mais altos dos imóveis, enquanto o restante ficou abrigado com suas famílias, de acordo com autoridades locais.
O desastre fez com que o presidente Lai Ching-te e o primeiro-ministro Chuo Jung-tai visitassem o centro de resposta a desastres e reforçassem o pedido de vigilância dos departamentos responsáveis, além de verificarem relatórios de áreas de pesca e agricultura.
Segundo o governo, o premiê pediu que as gestões central e local implementem medidas de resposta a emergências para fornecer a maior segurança possível aos moradores.
Em Hong Kong, voos foram suspensos, escolas foram fechadas e trabalhadores foram orientados a fazer home office para evitar danos e feridos com a chegada dos ventos. Segundo o Observatório de Hong Kong, na passagem pela cidade eles chegaram a 130 km/h, com o centro do supertufão registrando ventos de 195 km/h.
O valor registrado confirma o previsto no alerta T10 emitido pelo observatório na manhã desta quarta, de que os ventos poderiam ultrapassar 118 km/h na passagem pelo território. O observatório emitiu novo aviso nesta tarde, diminuindo o alerta para T3.
A entidade alertou para a força das ondas, que podem transbordar nas costas sul e leste, e orientou moradores a permanecerem longe de janelas, que podem se estilhaçar com a força dos ventos.
Segundo a agência South China Morning Post, diversos rios locais transbordaram, inundando ruas, parques e restaurantes. Em alguns casos, a água ultrapassou barreiras de contenção, fazendo com que autoridades orientassem moradores de áreas de alto risco a deixar seus imóveis. A expectativa é que a água continue subindo nas próximas horas.
Um hotel de luxo na cidade foi inundado com as águas, de acordo com a agência. Vídeos nas redes sociais mostraram o momento em que as portas do empreendimento estouraram com a força da água.
Até às 15h no horário local, 82 pessoas haviam procurado tratamento médico para ferimentos, e 869 buscaram refúgio em 50 abrigos temporários pela cidade. Foram registradas 698 quedas de árvores, além de 16 pontos de alagamento.
A província de Guangdong elevou o alerta para nível 1, que é o mais alto no sistema de aviso de tufão de quatro níveis, declarando situação de prontidão. Lá, 770 mil pessoas foram evacuadas de áreas de risco, e a autoridade marítima chinesa declarou pela primeira vez neste ano um alerta “onda vermelha” para partes costeiras de Guangdong, prevendo marés de tempestade de até 2,8 m.
Nos polos fabris e tecnológicos de Guangzhou e Shenzhen, trens, táxis e ônibus foram retirados de circulação no período, além de voos que foram suspensos. Empresas fecharam suas portas antecipadamente para evitar danos, e jornais locais registraram corridas a supermercados para estoque de mantimentos.
O primeiro local a registrar estragos pelo tufão foram as Filipinas na tarde de terça. Jornais locais afirmam que houve ao menos três mortos e cinco desaparecidos, atribuindo as cifras ao Conselho Nacional de Gestão de Redução de Riscos de Desastres. Também foram registradas chuvas torrenciais, fortes ventos e inundações, além da suspensão de aulas e voos.