SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu nesta terça-feira (23) os 14 policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) acusados de homicídio de dois homens em uma suposta troca de tiros em agosto de 2015, na região de Pirituba, zona norte da capital paulista.
O processo está em segredo de Justiça, por isso a reportagem não teve acesso aos autos, apenas ao resultado do júri, que ocorreu 5ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda, a zona oeste.
Os policiais militares sempre alegaram inocência. A Justiça chegou a rejeitar a denúncia em 2017.
De acordo com a PM na época das mortes, a troca de tiros aconteceu por volta das 14h de 6 de agosto. Três homens teriam sido abordados pelos policiais dentro de um veículo na avenida Doutor Felipe Pinel, em Pirituba.
Ainda segundo a PM, os homens desceram do carro e trocaram tiros com a polícia. Dois deles foram baleados e mortos e um terceiro conseguiu fugir.
Com os mortos, afirmou a polícia em 2015, foram encontrados uma submetralhadora 9 mm, um revólver calibre 32, um colete balístico e duas bananas de dinamite. Um esquadrão de bombas foi chamado para detonar os explosivos.
Os 14 PMs chegaram a ser presos no dia seguinte, após pedido da Corregedoria da Polícia Militar, mas acabaram soltos posteriormente.
Para o Ministério Público, os policiais forjaram a perseguição e a troca de tiros.
“Imagens mostram o carro das vítimas passando, um Fiat, e, um segundo depois, o da Rota, que estava a 20 km/h. Não havia perseguição e nem troca de tiros”, disse o promotor Hidejalma Muccio, em 2017. “Os dois rapazes foram abordados em Guarulhos [Grande SP] e estavam sendo conduzidos a Pirituba para serem executados”, afirmou.
Uma testemunha chegou a contar que um dos suspeitos foi abordado por policiais da Rota horas antes da suposta perseguição, em Guarulhos.