SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Na semana do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21), a estação Hospital São Paulo, da linha 5-lilás do metrô, na zona sul da capital, inaugurou uma sinalização em linguagem simples. O objetivo é facilitar a circulação dos passageiros e beneficiar especialmente pessoas com deficiência intelectual, TEA (Transtorno do Espectro Autista), idosos, crianças e público com baixo letramento.

A linguagem simples privilegia recursos como frases curtas e objetivas e o uso de pictogramas e ícones, por exemplo, a fim de tornar a comunicação mais direta e compreensível. Assim, busca-se ampliar a autonomia dos passageiros e reduzir dúvidas, explica Antonio Marcio Barros Silva, diretor da ViaMobilidade, concessionária que administra a linha 5-lilás e a 17-ouro, do monotrilho.

Segundo ele, funcionários continuarão disponíveis para auxiliar os usuários, mas a nova sinalização permitirá que as pessoas se orientem sem necessidade de ajuda. “Um símbolo de uma escadinha com seta já indica se as escadas sobem ou descem. São detalhes simples, mas que fazem toda a diferença”, conta.

A ideia de melhorar a comunicação visual da estação surgiu após o contato do Instituto Jô Clemente, que atua na defesa de direitos de pessoas com deficiência. Para a mudança, gestores e profissionais da área de engenharia foram acompanhados por jovens atendidos pela entidade. Silva afirma que a participação deles foi essencial para apontar detalhes que eles nunca tinham percebido.

“Por exemplo, a bilheteria. A gente coloca uma placa [com a mensagem] ‘bilheteria blindada’. A pessoa de baixo letramento não entende. Mas, se você colocar só o símbolo de um ticket, ela já vai entender que é lá que se compra o bilhete.”

A implementação desse projeto tende a beneficiar não somente o Instituto Jô Clemente, mas também diversos hospitais e instituições de ensino que estão no entorno, como o próprio Hospital São Paulo, a Maternidade do Amparo Maternal e a Escola Paulista de Medicina da Unifesp.

Na estação Hospital São Paulo circulam diariamente mais de 12 mil passageiros, sendo 3.000 pessoas com deficiência. O local faz parte de um projeto-piloto, e há planos para expandir a medida para outras estações que fazem parte da concessão do Grupo Motiva, que são a 4-amarela do metrô, a 8-diamante e a 9-esmeralda, de trem.