SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém uma relação conflituosa com seu homólogo americano, Donald Trump, que aplicou um tarifaço e sanções a membros do governo e do Judiciário brasileiros. Em seus outros dois mandatos (2003-2010), ele vivenciou alguns momentos de descontração e de aproximação com outros chefes da Casa Branca.
Lula e Trump se encontraram rapidamente em uma sala nos fundos do plenário da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, nesta terça (23). Para surpresa geral, Trump disse em seu discurso que houve “excelente química” entre os dois, e uma reunião por videoconferência ou telefone deve ocorrer na próxima semana.
Esta foi a primeira vez que Lula esteve no mesmo ambiente que Trump desde que o americano começou a aplicar sanções ao Brasil. Em abril, os dois foram à missa do funeral do papa Francisco, mas Lula afirmou nem ter visto Trump na ocasião.
Depois, em meados de maio, havia expectativa de que eles pudessem se esbarrar na cúpula do G7, no Canadá, mas isso não ocorreu porque o americano antecipou sua volta aos EUA.
Relembre, abaixo, outros episódios marcantes de Lula com líderes americanos, como George W. Bush e Barack Obama.
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GOSTO MESMO É DA DONA MARISA
Em 2003, meses após tomar posse como presidente pela primeira vez, Lula viajou a Washington para encontrar George W. Bush. Questionado por jornalistas se ele “gostava” do presidente americano, Lula respondeu: “Eu gosto mesmo é da dona Marisa Letícia da Silva”, a então primeira-dama.
“Não se trata só de uma relação pessoal [com Bush]. Somos dois chefes de Estado e estamos tratando da relação de nossos países com muita seriedade, muito carinho”, emendou o petista na ocasião.
CHURRASCO COM BUSH
Em 2005, ainda em seu primeiro mandato, Lula recebeu o então presidente dos EUA, George W. Bush, para um churrasco na Granja do Torto, em Brasília. O cardápio incluiu cortes como picanha, costela desossada e cordeiro desossado recheado.
O encontro ficou marcado pelo clima de descontração e pela tentativa de aproximação dos dois líderes, com trajetórias e estilos diferentes. Lula e Bush também tiveram uma reunião em uma sala fechada.
O presidente dos EUA disse em pronunciamento na época que lamentava não poder viajar pelo país e conhecer o resto de suas belezas. Ele também afirmou que o Brasil “é um exemplo para o continente, já que mostra que a justiça social leva à integração da comunidade e à fé de que a liberdade deve nos guiar”.
ESTE É O CARA
Outro episódio marcante da diplomacia brasileira foi quando o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que Lula era “o cara”. O episódio ocorreu durante a cúpula do G20, em Londres, em 2009, num momento em que o presidente brasileiro era celebrado por boa parte da comunidade internacional.
Obama fez o comentário em uma roda de líderes mundiais, pouco antes do início da reunião do grupo que reúne as maiores economias do mundo.
Na ocasião, o democrata trocou um aperto de mãos com Lula, olhou para o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, e disse, apontando para o brasileiro: “Este é o cara! Eu adoro este cara!”.
Em seguida, enquanto Lula cumprimentava Rudd, Obama disse, novamente apontando para Lula: “Esse é o político mais popular da Terra”.