SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os óculos inteligentes da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, produzidos em parceria com a Ray-Ban começam a ser vendidos pela primeira vez no Brasil nesta terça-feira (23) com preço sugerido de R$ 3.299.

O Ray-Ban Meta de 2ª geração foi anunciado na quarta-feira passada (17) em evento da empresa de tecnologia nos Estados Unidos. O produto é uma atualização do modelo lançado em 2023, oferecendo 8 horas de bateria, o dobro do primeiro, e maior resolução de captura de vídeo. O preço nos EUA subiu de US$ 299 (R$ 1.590) para US$ 379 (R$ 2.000).

“O lançamento representa um marco importante para as indústrias de eyewear e eletrônicos no Brasil. Não se trata apenas de lançar um novo produto ao mercado, mas também de apresentar uma nova forma de interação com a tecnologia em nosso dia a dia”, disse Giorgio Pradi, presidente da EssilorLuxottica no Brasil, dona da Ray-Ban, em comunicado enviado à reportagem.

Com milhões de unidades vendidas, o Ray-Ban Meta é o primeiro hit da categoria, marcada há mais de dez anos pelo fracasso do Google Glass, descontinuado em 2015. Segundo dados da consultoria IDC, o modelo de primeira geração da Meta é o óculos inteligente mais vendido do mundo.

O produto ganhou tração principalmente entre criadores de conteúdo, que podem gravar a perspectiva em primeira pessoa (o chamado POV, ponto de vista), com mais facilidade. Quando a câmera do óculos está ativa, um pequeno led branco é aceso na ponta.

Com o Ray-Ban Meta também é possível usar a inteligência artificial da empresa a partir de comandos de voz e ouvir música por meio de pequenos alto-falantes inseridos nas hastes do produto.

A nova geração também recebeu a língua portuguesa no recurso de tradução em tempo real, que pode traduzir automaticamente a voz de quem estiver conversando com o usuário —com algum atraso, como em outros do tipo. A função é compatível com inglês, francês, italiano e alemão.

No evento que revelou o novo Ray-Ban Meta, o CEO Mark Zuckerberg também anunciou o Ray-Ban Display, versão mais avançada que tem um pequeno visor digital na lente direita para tarefas básicas, como exibir notificações e prévias do que a câmera vai capturar.

O produto custará a partir de US$ 799 (R$ 4.240, sem considerar impostos), e estará disponível a partir de 30 de setembro nos EUA.

Os óculos também acompanham uma pulseira usada para detectar gestos das mãos, com os quais será possível selecionar respostas rápidas no WhatsApp e rolar a linha do tempo do Instagram.

Em uma apresentação ao vivo marcada por imprevistos tecnológicos, o executivo disse que os novos óculos são a forma ideal de avançar rumo à “superinteligência” prometida pela IA —conceito em que a tecnologia superará a inteligência humana.

“Os óculos são o formato perfeito para a superinteligência pessoal, porque permitem estar presente no momento enquanto se acessa todas essas capacidades de IA que o tornam mais inteligente, melhoram a comunicação, a memória, os sentidos e muito mais”, disse.

Segundo a empresa, a tela é grande o suficiente para ler mensagens e fica ligeiramente deslocado para não atrapalhar a visão. Depois de alguns segundos sem uso, ele some. Para quem estiver de fora, a tela é praticamente invisível.

Apesar de estar entre as pioneiras no segmento de óculos inteligentes, a Meta ainda fica atrás de rivais como a OpenAI e o Google, da Alphabet, no desenvolvimento de modelos avançados de IA. Zuckerberg iniciou uma disputa por talentos no Vale do Silício para contratar engenheiros de concorrentes e prometeu investir dezenas de bilhões de dólares em chips de última geração.

A IDC projeta que as remessas globais de headsets de realidade aumentada/virtual e óculos inteligentes sem display crescerão 39,2% em 2025, para 14,3 milhões de unidades, com a Meta puxando parte relevante da demanda graças à linha Ray-Ban.

O Ray-Ban Meta de 2ª geração estará disponível para compra no site da Ray-Ban, da Meta e em lojas selecionadas da EssilorLuxottica.