SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A GCM (Guarda Civil Metropolitana) de Guarulhos usou spray de pimenta para retirar alunos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) da Câmara Municipal, na tarde desta segunda-feira (22).
Os graduandos foram ao local para protestar contra o vereador Kleber Ribeiro (PL), que na última semana esteve na instituição e se envolveu, junto a sua equipe, numa confusão com estudantes. Três jovens saíram feridos.
– Alunos da Unifesp são agredidos por equipe de vereador de Guarulhos (SP)
Coletivos da Unifesp pretendiam usar a tribuna da assembleia para falar contra a ação e solicitar proteção contra essas investidas. Porém, o presidente da Câmara, Miguel Martello (Republicanos), decidiu não conceder o espaço.
Os alunos, da galeria, começaram a gritar contra Ribeiro, desagradando o vereador e seus apoiadores presentes na casa. Dentre eles, estavam membros da União Conservadora, grupo que costuma visitar a USP (Universidade de São Paulo) para rasgar cartazes considerados de viés comunista por eles.
Convidados pelo vereador do PL, os militantes estiveram no legislativo de Guarulhos para produzir vídeos e provocar os estudantes.
Quando os alunos reclamaram das gravações, houve troca de xingamentos. Então, Martello determinou o esvaziamento da galeria, e a GCM foi acionada. Os guardas usaram de gás de pimenta, aumentando ainda mais o tumulto.
“Fomos tratados como inimigos dentro da chamada ‘casa do povo'”, dizem, em nota conjunta, os centros acadêmicos da Unifesp em Guarulhos, onde funciona a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
À Folha de S.Paulo, Câmara e Prefeitura de Guarulhos, sob a gestão de Lucas Sanches (PL), defenderam a ação.
Segundo o legislativo, “para resguardar a integridade física dos presentes e assegurar a continuidade dos trabalhos legislativos de forma segura, pacífica e democrática”, o presidente determinou o esvaziamento da galeria, garantindo condições adequadas para o prosseguimento da sessão.
A GCM, segundo a Casa, atuou para restabelecer a ordem e, no decorrer da ação, houve necessidade do uso de gás de pimenta.
Segundo o município, os guardas “usaram meios necessários para conter a confusão”. Em nota, a gestão ainda ressalta que um manifestante de 17 anos “sofrendo agressões físicas” foi salvo e socorrido. A Prefeitura se refere a um membro da União Conservadora que costuma publicar vídeos nas redes sociais dizendo ter sido agredido durante incursões do movimento em universidades.
No último dia 5, em visita do grupo à USP, ele foi expulso a socos e pontapés.