RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Jincheng Guo, chinês que se tornou fenômeno na natação paralímpica com a técnica da “bolha de ar”, fez elogios aos brasileiros que estão no Mundial de natação. Ele já enfrentou Samuel Oliveira e Tiago Oliveira na classe S5 (limitações físico-motoras).

Os atletas do Brasil melhoraram muito rápido nesta temporada. Já sentimos bastante pressão, porque tanto os novos integrantes [da seleção] quanto os mais experientes, estão muito fortes.Jincheng Guo, ao CPB

O chinês, até aqui, obteve dois pódios no Mundial de natação paralímpica —conquistou o ouro nos 50 m livre e a prata nos 50 m costas, quando perdeu para o compatriota Weiyi Yuan. Em ambas as provas, Samuka levou o bronze.

Guo ainda estará na água nos 50 m borboleta, prova que é uma das especialidades de Samuel Oliveira. “Os meus adversários são todos muito bons. Os chineses, querendo ou não, são os melhores da minha classe, mas ainda tem a minha prova principal e vou tentar conquistar mais essa para o Brasil”.

TÉCNICA DA ‘BOLHA DE AR’

Guo chamou a atenção do mundo nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 pelo seu estilo de nado. Sem os braços, ele utiliza a força das pernas para acelerar e e criar uma espécie de “escudo de ar” entre a água e a superfície, e atravessa os 50 m da piscina praticamente submerso. Para fora da linha da água, são vistos apenas os pés durante as rápidas batidas.

Na capital francesa, ele foi multimedalhista e pulverizou recordes. O chinês conquistou ouro nos 50 m livre, 50 m borboleta, revezamento misto 4 x 50 m livre 20 pontos e misto 4 x 50 m medley 20 pontos. Além disso, conquistou a prata nos 100 m livre e nos 50 m costas.

Na ocasião, ainda quebrou três recordes. Ele bateu a marca mundial e paralímpica nos 50 m borboleta, com 30s28, e 50 m livre, com 29s33, e superou a paralímpica revezamento medley, com 2min48s56.

Guo faz parte de uma geração de chineses que vem se destacando na Classe S5 que tem dominado a natação mundial desde o período pós-Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Até então, o brasileiro Daniel Dias era o grande nome da classe.

BRASIL NO MUNDIAL

O Brasil conquistou, até aqui, 12 medalhas, sendo duas de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. O país ocupa a sétima colocação no quadro de medalhas do evento. A liderança é da Itália, (6 ouros, 4 pratas e 5 bronzes), seguida pela China (6 ouros e 1 prata) e pela Grã-Bretanha (5 ouros, 5 pratas e 6 bronzes) —o torneio vai até sábado.

Os topos do pódio vieram com Carol Santiago, que foi a campeã na disputa dos 100 m costas para a classe S12 (baixa visão), e Alessandra Oliveira nos 100 m peito para a classe SB4 (limitações físico-motoras), com direito a recorde mundial.

Rival de Guo, Samuel Oliveira conquistou três medalhas: o bronze nos 50 m livre e nos 50 m costas, e a prata no revezamento 4 x 50 m livre 20 pontos.