BALOCCO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – O Fiat Grande Panda será o primeiro dos cinco lançamentos que a Fiat prevê para o período de 2026 a 2030 no Brasil. Detalhes da estreia não foram confirmados, mas o modelo será o ponto alto do aniversário de 50 anos da montadora no país, no próximo ano. O primeiro contato mostrou o potencial do hatch, candidato a substituir o Uno em popularidade.
Os modelos trazem semelhanças de estilo e de proposta, embora sempre tenham sido carros diferentes no mercado europeu.
O Panda veio primeiro: o modelo nasceu em 1980, permanecendo na mesma geração até 2003. O Uno estreou três anos depois, sendo um pouco maior. O carro lançado agora equivale à quarta geração, mas é tratado como um novo produto pela Fiat.
O desenho do Panda tamanho G remete aos carros compactos de imagem, como o Mini, da BMW. Mas isso só ocorre nas versões mais caras, que trazem os faróis de LED chamados Pixel e as rodas de 17 polegadas. Nesses casos, os preços podem superar o equivalente a R$ 150 mil na opção elétrica, a primeira avaliada.
O teste foi realizado no campo de provas do grupo Stellantis em Balocco, que fica a uma hora do centro de Turim. Construída para testar os carros da Alfa Romeo no início dos anos 1960, a pista passou por diversas evoluções e expansões. São 80 km ao todo, com trechos que simulam tanto um circuito de corrida como estradas de terra e lama.
A avaliação do Grande Panda ocorreu com um safety car (carro de segurança) à frente, com velocidade limitada a 100 km/h.
As regulagens de altura e de profundidade da coluna de direção e do banco do motorista ajudaram a achar uma boa posição ao volante, bem melhor que a disponível no nacional Fiat Argo.
Não há botão de partida, sendo necessário girar a chave no contato para ligar o motor. Ao entrar em funcionamento, o Grande Panda mostrou seu painel com algarismos de fácil visualização.
Na pista, o torque imediato garantiu aceleração rápida, mas longe de se tratar de um modelo esportivo. Os principais atributos percebidos foram o silêncio ao rodar e o equilíbrio nas curvas.
Acelerador e freio ficam juntinhos, e não há muito espaço para o pé esquerdo. Essa característica não incomodou na pista, mas pode cansar no uso urbano.
O teste seguinte foi com a opção 1.2 turbo equipada com sistema híbrido leve similar ao usado nos Fiat Pulse e Fastback vendidos atualmente no Brasil.
Na Europa, o conjunto mecânico tem por base o motor desenvolvido pelas francesas Peugeot e Citroën, que hoje dividem espaço com a marca italiana no grupo Stellantis. Já as opções nacionais devem receber a linha 1.0 Firefly, com ou sem turbo.
Na opção a combustão, ficou mais fácil perceber o quanto o Grande Panda supera o Argo. O carro mostrou vigor nas retomadas de velocidade. Sua direção com assistência elétrica é leve e direta, exigindo pouco esforço nas manobras.
Após cerca de 30 km ao volante, chegou a hora de estacionar para ver os detalhes do carro. O interior forrado de tecido azul trouxe um ar contemporâneo, mas sem parecer luxuoso. É um automóvel simples, típico compacto de grande volume.
Molduras acrílicas amarelas e partes pintadas de preto brilhante deram charme à cabine, mas o ponto negativo apareceu nos arranhões. Partes de toque constante apresentavam riscos. A Fiat deve fazer mudanças nesses pontos para evitar o desgaste precoce dos modelos que serão feitos no Brasil.
O espaço traseiro é razoável, mas não há ganho em relação ao Argo. O modelo vendido hoje no Brasil tem cabine maior.
Há dois porta-luvas no Grande Panda, e o superior pode ser revestido de fibra de bambu ou de tecido. O inferior oferece mais espaço e é convencional, feito inteiramente de material plástico.
Os faróis com LEDs trazem um desenho que combina com os grafismos da falsa grade colocada junto ao capô. A peça é pintada de preto e vem com quadradinhos cinzas. Nas versões elétricas, abriga a tomada.
As lanternas traseiras têm ângulos retos e são ligeiramente saltadas para fora da carroceria. Não há nada parecido no mercado, e essa diferenciação será importante quando o modelo chegar ao Brasil, onde o Grande Panda vai buscar o topo das vendas entre os hatches compactos, posto que já foi ocupado pela Fiat com os modelos Uno e Palio.
FIAT GRANDE PANDA HYBRID
– Preço na Itália: a partir de 16.950 euros (R$ 106 mil)
– Motor: dianteiro, turbo, 1.199 cm³, gasolina, conciliado a motor elétrico
– Potência combinada: 110 cv a 5.500 rpm
– Transmissão: tração dianteira, câmbio automático de dupla embreagem e seis marchas
– Pneus: 205/60 R16
– Peso: 1.390 kg
– Porta-malas: 412 litros
– Comprimento: 3,99 m
– Largura: 1,76 m
– Altura: 1,58 m
– Entre-eixos: 2,54 m
– Capacidade do tanque: 40 litros
– Aceleração (0 a 100 km/h, em segundos): 11,2
– Consumo urbano (km/l): 13,8
– Consumo rodoviário (km/l): 18,5
_Dados sobre preço, potência, dimensões, capacidades, desempenho e consumo são de responsabilidade da montadora_