SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fortes chuvas e rajadas de vento atingiram o estado de São Paulo desde a noite de domingo (21). A tempestade deixou ao menos 18 pessoas feridas e 20 desalojadas até o início da noite desta segunda (22), de acordo com informações da Defesa Civil -o órgão afirma que não há registro de mortos, desaparecidos nem desabrigados.
Além disso, milhares de pessoas ficaram sem luz na região metropolitana da capital. Até às 16h30, foram contabilizadas 31 ocorrências, que envolvem quedas de árvores, destelhamentos, danos estruturais e desmoronamentos pontuais.
A cidade de Porto Feliz foi a que teve mais feridos, com quedas de árvores e destelhamento em uma fábrica, que deixaram dez pessoas com ferimentos leves e duas famílias desalojadas.
Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, vem a seguir com cinco pessoas feridas. Elas foram atingidas após a queda da estrutura de tenda que era realizada no Festival Reggae & Arte -quatro tiveram ferimentos leves e uma está em estado grave.
Em São Vicente, Santos e Praia Grande, houve ocorrências de ventos fortes, que deslocaram cadeiras, guarda-sóis, derrubaram árvores e atingiram muros, mas não houve registro de feridos.
Em Marabá Paulista, no interior de SP, uma pessoa ficou ferida em decorrência do destelhamento de casas causada por ventos fortes.
Em Dracena, duas pessoas tiveram ferimentos leves após a queda de eucaliptos sobre veículos. A Defesa Civil afirma que outras cidades também registraram ocorrências, mas não tiveram vítimas.
Já em Santa Fé do Sul foi registrado danos no telhado e na estrutura da Base de Bombeiros. Já em Sagres, quedas de árvores atingiram a rede elétrica e residências. E, em Ourinhos, a ventania destelhou um estabelecimento comercial.
Na cidade de São Paulo, pancadas de chuva foram registradas. As rajadas de ventos chegaram a a 98,2 km/h, no Campo de Marte, e a 87km/h no aeroporto de Congonhas, onde a chuva causou goteiras na sala de embarque e voos foram desviados e cancelados.
A ventania foi acompanhada de chuvas que atingiram a área de concessão, provocando danos sobre a rede elétrica.
Até 18h10, o Corpo de Bombeiros registrou 792 chamados para queda de árvores, 27 chamadas para desabamentos e 21 chamadas para enchentes em todo o estado de São Paulo.
Uma árvore caiu sobre o táxi de Antônio Venâncio, 64, que aguardava uma corrida no ponto da rua doutor Falcão Filho, no centro, quando foi atingido pelos galhos durante a tempestade. Ele conta que ficou preso nas ferragens e precisou da ajuda do filho, que trabalha como taxista no mesmo ponto, e de outros colegas para ser retirado. Venâncio trabalha no local desde 1996. “Fico até arrepiado de ver o carro assim e ter saído sem me machucar”, disse o taxista diante do veículo amassado pelo tronco.
O caos foi anunciado. Ainda no fim de semana, o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) emitiu alerta laranja de perigo para tempestades e queda de temperatura em praticamente todo o estado, com “ventos intensos (de 60 a 100 km/h), queda de granizo, e risco de corte de energia elétrica”.
Na capital, foram 131 chamadas para queda de árvores. Na Alameda Santos, uma árvore caiu, mas também não deixou feridos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma equipe da Prefeitura realizou o corte da árvore. Às 14h, outra árvore caiu na avenida Nove de Julho e interrompeu o trânsito no local.
Perto do prédio da prefeitura de São Paulo, árvores atingiram três carros, que estavam estacionados. Além disso, na estação Brás, na região central de São Paulo, parte do forro do teto desabou sobre as catracas, o que causou interdição.
A chuva e ventos chegaram a deixar 900 mil imóveis sem luz na Grande São Paulo, segundo a Enel.
Uma das regiões mais afetadas foi o ABC, com falta de energia nos municípios de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, no ABC. Também há relatos de problemas em bairros de São Paulo como Jabaquara, Vila Mariana, Ipiranga, Jaraguá, Pinheiros, Mooca, Lapa e Vila Sônia.
No Butantã, a falta de luz começou às 22h de domingo (21) e prosseguiu por mais de 20 horas -moradores disseram que a energia começou a ser reestabelecida por volta de 18h30 desta segunda.
Em parte desses locais, a energia retornou, mas às 15h desta segunda 579 mil de casas continuavam sem luz na capital e no resto da região metropolitana, o que representa 7,31% dos clientes. Às 19h04, o número havia baixado para 496 mil moradias às escuras, ou 6,19% do total. A Enel afirma que as regiões oeste e norte da concessão foram as mais impactadas pelas chuvas.
Em nota, a empresa afirma que um desligamento em subestação da empresa de transmissão Isa Energia Brasil, por volta das 10h50, afetou o fornecimento de energia na região. “Desde a noite de domingo, em função da previsão meteorológica, a distribuidora reforçou antecipadamente as equipes em campo para restabelecer o serviço aos clientes afetados”, diz a Enel.
“Iniciamos a recomposição das cargas de forma imediata, em ação coordenada pelo ONS. A causa da ocorrência segue em investigação pelas equipes técnicas da Isa Energia Brasil”, diz a empresa, que afirma que até as 11h22, todas as unidades impactadas por essa ocorrência tiveram o serviço restabelecido.
A Enel não detalhou porque milhares de imóveis seguem sem luz, mas disse trabalhar para consertar trechos da rede que foram danificados pela queda de árvores e de galhos. Em um trecho da zona oeste, por exemplo, a previsão para restabelecimento da energia é 22h desta segunda.
Em nota, a Isa Energia Brasil disse que houve uma ocorrência numa subestação da companhia, localizada em Santo André (SP), o que impactou o fornecimento de energia elétrica para a concessionária.
Por volta das 16h, a Prefeitura de São Paulo somava 36 semáforos apagados por falta de energia, 35 por falha mecânica e outros 11 em amarelo piscante.
Proporcionalmente, a região de Cajamar foi a mais afetada, com 22,9 mil clientes sem luz às 19h04, o que corresponde a 48,96% do total. Em Pirapora de Bom Jesus, são 3.501 afetados, cerca de 42% do total de clientes. Em Santana de Parnaíba são 20,8 mil atingidos (27%).
PREVISÃO DO TEMPO
Na capital paulista, a temperatura deve cair nos próximos dias devido a entrada de uma massa de ar frio de origem polar. A sensação é de frio devido os ventos úmido, que sopram do mar em direção à Grande São Paulo. Não há expectativa de chuva significativa, apenas garoa.
Na terça-feira (23), o céu deve continuar encoberto e a garoa é esperada. A mínima é de 14°C e máxima de 18°C. Já na quarta, os ventos úmidos favorecem a formação de muitas nuvens e a manutenção das baixas temperaturas.
Também há expectativa para garoa, principalmente no início e no fim do dia. Os termômetros oscilam entre 13°C na madrugada e 17°C no início da tarde.
FALTOU LUZ? SAIBA COMO RECLAMAR
– Site: www.enel.com.br
– Aplicativo Enel São Paulo: disponível para iOS e Android
– WhatsApp: (21) 99601-9608