PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – No início de outubro do ano passado, Ousmane Dembélé chegou atrasado a um treino. O treinador Luis Enrique decidiu não relacioná-lo para a partida do Paris Saint-Germain contra o Arsenal, em Londres, pela segunda rodada da Champions League.

“Fiz uma pequena besteira, e isso me custou o jogo contra o Arsenal. Ele tomou a decisão certa”, lembrou Dembélé, quase um ano depois, nesta segunda (22), com a Bola de Ouro nas mãos.

O episódio poderia ter interrompido o que o jogador qualificou como “um dos melhores começos de temporada da minha carreira”. Carreira na qual disse ter tido “muitos momentos difíceis e bons também”. “Na vida de um jogador é assim. Há provas na vida que é preciso superar. Eu as superei.”

Dembélé fez questão de mencionar várias vezes a importância maior dos prêmios coletivos.

“Se [os prêmios individuais] vêm, é bom, mas como o coach diz, os títulos coletivos são o que leva a ganhar títulos individuais O que é preciso fazer é focar a equipe, dar assistências, marcar gols, defender, atacar”, declarou.

O novo Bola de Ouro mencionou várias vezes o “coach”. Lamentou a ausência de vários dos companheiros, que estavam em campo na hora da premiação (desfalcados, perderam em Marselha para o Olympique, por 1 a 0). “Felizmente eu tenho um treinador como Luis Enrique, que nos coloca pressão a cada vez. É pena que todos não estivessem aqui nesta noite. Mas o prêmio encerra um ano excepcional.”

O atacante francês se emocionou no palco, ao receber o prêmio. Fez referências a Évreux, a cidade da periferia de Paris onde foi criado. Disse que faz questão de voltar ao local sempre. “Eu não esperava chorar. Queria me manter forte. Mas começaram a falar de minha família…”

Sobre Lamine Yamal, que cumprimentou antes de subir ao palco para pegar seu prêmio, foi só elogios. O jovem espanhol de 18 anos ficou em segundo lugar.

“Vi Yamal jogar toda a temporada. É um jovem extraordinário, com enorme maturidade. Se todos os planetas se alinharem, ele vai ganhar muitos prêmios”, disse, antes de sair do teatro para mostrar seu troféu aos torcedores do PSG que esperavam na chuva, do lado de fora do Teatro do Châtelet.