SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O eritema infeccioso, conhecido também como doença da face esbofeteada ou síndrome da bochecha vermelha, é uma infecção aguda causada pelo parvovírus humano B19. A patologia também é conhecida como “quinta doença”, nome dado por ser a quinta infecção viral que causa erupção cutânea mais comum em crianças, antecedida pelo sarampo, escarlatina, rubéola e a síndrome da pele escaldada.
Segundo a pediatra Fernanda Perez, da Rede Casa São Bernardo, no Rio de Janeiro, a condição é mais comum na primavera e no verão, entre crianças de cinco a 15 anos, apesar de poder ocorrer também em adultos. “A doença é contagiosa e o quadro de sintomas começa após cinco a dez dias da exposição do vírus, podem contaminar até cinco dias depois”, explica.
Igor Maia Marinho, infectologista da clínica Sartor, explica que os sintomas envolvem febre baixa, mal-estar, dor de cabeça e sintomas respiratórios leves nos primeiros dias, como em um resfriado. Mais tarde surge a vermelhidão intensa nas bochechas, seguida por manchas avermelhadas no tronco e membros. Além desses sintomas, diz Marinho, coceira e dor nas articulações podem ocorrer principalmente em adolescentes e adultos.
“A maioria das vezes essa doença não é maligna, que melhora sozinha e não tem nenhum tratamento específico”, diz Ramon Andrade de Mello, médico dos hospitais Oswaldo Cruz e Albert Einstein. Nesses casos, é recomendado repouso, hidratação, contenção de febre e dor com medicamentos, higiene das mãos e evitar contato próximo com outras pessoas.
No entanto, ele alerta que, para pessoas com a imunidade baixa, como com alguma imunodeficiência, podem ter sinais de risco, já que a doença pode evoluir para uma infecção das células da medula óssea, afetando os glóbulos vermelhos.
Marinho complementa que ao atingir os glóbulos vermelhos, em pessoas com anemia hemolítica crônica, como a anemia falciforme, a infecção pode provocar crises aplásticas graves, com piora da anemia. “Gestantes que nunca tiveram contato prévio com o vírus podem transmitir a infecção ao feto, com risco de anemia fetal e hidropisia, que é o acúmulo de líquido em órgãos”, afirma o infectologista.
Pacientes de risco, como imunossuprimidos e também mulheres grávidas, devem informar o médico sobre o contato com alguém infectado para um acompanhamento mais próximo, diz Marinho. Além desses grupos, professores, cuidadores e profissionais de saúde, por estarem em contato frequente com crianças, apresentam maior risco de exposição e de adoecer pelo parvovirus B19.
“Incentivar a lavagem frequente das mãos, cobrir a boca ao tossir ou espirrar e evitar envio de crianças doentes à escola durante a fase febril são medidas de prevenção”, recomenda Marinho. “Profissionais de creches e escolas devem ser informados sobre a ocorrência de surtos para reforçar medidas de higiene e observar possíveis novos quadros.”