CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Os portos de São Francisco do Sul e de Itapoá, no litoral norte de Santa Catarina, dão início nesta terça-feira (23) à obra de dragagem do canal de acesso ao Complexo Portuário da baía da Babitonga.

A obra, que vai permitir que navios maiores atraquem na região, será realizada pela empresa belga Jan De Nul ao custo de R$ 324.266.768,50 -a licitação, homologada em agosto, estabelecia um valor máximo de R$ 324.373.008,46. Outras quatro empresas participaram da disputa.

A maior parte do investimento (R$ 300 milhões) está sendo bancada pelo porto Itapoá, que é um terminal privado com foco em movimentação de cargas em contêineres. O porto de São Francisco do Sul, que é o maior terminal de Santa Catarina, e ligado ao governo estadual, vai custear o restante (R$ 24 milhões).

O investimento privado será devolvido de modo parcelado até dezembro de 2037. Segundo o porto de São Francisco, o ressarcimento ao porto privado será gerado sobre o adicional de tarifas portuárias obtido pelo aumento no número de navios que atracarem no porto e pelo maior volume de carga movimentada.

A ideia da obra é aumentar a profundidade do canal de 14 metros para 16 metros, permitindo a navegação de embarcações de até 366 metros de comprimento.

Hoje há condições para receber navios com até 336 metros de comprimento, com capacidade para até 10 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Com a obra, a capacidade deve aumentar para 16 mil TEUs.

A ordem de serviço para início da obra será assinada nesta terça pelos representantes das empresas e dos governos estadual e federal. Devem estar presentes o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), e o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL).

De acordo com o porto de São Francisco do Sul, a dragagem deve ser concluída no segundo semestre de 2026. A draga será a Galileo Galilei, a mesma utilizada no alargamento da praia de Balneário Camboriú.

Metade dos sedimentos retirados do mar -estima-se que serão removidos cerca de 12,5 milhões de metros cúbicos de areia- deve ser utilizado para ampliar a faixa de areia da orla de Itapoá, que tem sofrido com erosão marítima.

Nesta terça também será assinado o contrato de fiscalização da obra com as empresas Geplan e Prosul, no valor de R$ 9 milhões.