MILÃO, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – Milhares de pessoas saíram às ruas, nesta segunda (22), em dezenas de cidades da Itália em manifestações de apoio à Palestina e contra Israel. Uma greve nacional, anunciada por centrais sindicais, interrompeu os serviços em escolas e no transporte ferroviário e metropolitano. Algumas passeatas terminaram em confronto entre manifestantes e policiais.
Em Milão, no norte do país, o fim do ato, que reuniu milhares de pessoas, com muitos estudantes, foi marcado por quebra-quebra na Centrale, a principal estação de trens da cidade.
No início da tarde do horário local, um grupo de pessoas tentou invadir as plataformas e, ao ser impedido pela barreira de policiais, destruiu vitrines e danificou a entrada principal da estação. O confronto continuou do lado de fora, na rua, com manifestantes que jogavam objetos na direção dos agentes, que responderam com bombas de fumaça.
Segundo o jornal Corriere della Sera, cerca de 60 policiais ficaram feridos em Milão, e ao menos dez manifestantes foram presos.
Antes, na vizinhança do consulado dos Estados Unidos, foram queimadas bandeiras dos EUA, de Israel, da União Europeia e da Otan.
“As imagens que chegam de Milão são indignas. Violência e destruição que nada têm a ver com solidariedade e que não mudarão uma vírgula na vida das pessoas em Gaza, mas terão consequências concretas para os cidadãos italianos, que acabarão sofrendo e pagando pelos danos causados por esses vândalos”, disse a primeira-ministra Giorgia Meloni.
A Itália não reconhece o Estado da Palestina, como fizeram nos últimos dias outros países europeus, como Reino Unido e Portugal.
Além de Milão, outros protestos tiveram tentativas de invasão e bloqueio de estações, portos e estradas.
Em Bolonha, o desfecho do protesto também atraiu as forças policiais. Um grupo bloqueou o trecho de uma rodovia, e a polícia interveio com gás lacrimogêneo e mangueiras de água. Oito manifestantes foram detidos.
Pela manhã, em Nápoles, no sul do país, manifestantes ocuparam parte das plataformas da estação ferroviária, forçando a interrupção da circulação de trens.
Em Marghera, nas redondezas de Veneza, a passeata terminou com tentativa de invasão ao porto comercial. A polícia respondeu com mangueiras de água.
Um dos maiores protestos do país aconteceu em Roma, onde cerca de 50 mil pessoas foram às ruas, sem registro de confrontos e incidentes. No fim da tarde, um grupo de universitários ocupou uma ala da Universidade Sapienza.
A USB (União Sindical de Base), uma das organizadoras dos atos, justificou a greve como forma de apoiar a população palestina e a Global Sumud Flotilla, com dezenas de embarcações que tentam chegar à Faixa de Gaza com comida e bens essenciais. A USB também busca pressionar o governo italiano a romper relações com Israel. A sigla afirmou que mais de 60 atos ocorreriam no país.