SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá reunir-se com líderes árabes e muçulmanos nesta terça-feira (23) para discutir o conflito na Faixa de Gaza, segundo o site Axios.

O encontro ocorrerá paralelamente à Assembleia-Geral das Nações Unidas e em meio a uma onda de países ocidentais que passaram a reconhecer oficialmente o Estado da Palestina. Segundo a reportagem, o presidente americano convidou representantes e líderes da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Egito, Jordânia e Turquia.

Trump, de acordo com o Axios, deseja que esses países participem de um plano pós-guerra para Gaza e até enviem tropas para criar uma espécie de força de estabilização que substituiria a presença do Exército israelense.

Já os países árabes devem pedir a ele que pressione o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, a acabar com o conflito e não anexe partes da Cisjordânia ocupada —Tel Aviv advertiu que poderia anexar o território em resposta ao reconhecimento da Palestina.

Netanyahu discursará na Assembleia-Geral da ONU na sexta-feira (26) e ainda deverá realizar uma visita à Casa Branca, programada para segunda-feira (29).

O site Axios afirma que Trump também deve realizar, no mesmo dia do encontro com líderes árabes, uma reunião separada com representantes de vários países do Golfo Pérsico —Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Omã, Bahrein e Kuwait.

Um dos principais temas desse encontro devem ser as preocupações após o ataque inédito de Israel contra líderes do grupo terrorista Hamas no Qatar. De acordo com o Axios, esses países querem obter garantias da gestão Trump de que uma ofensiva do tipo não ocorrerá novamente.

A pressão sobre Israel aumentou no domingo (21) após Austrália, Canadá, Portugal e Reino Unido oficializarem o reconhecimento do território palestino, antecipando-se ao grupo de nações que deverá fazer o mesmo esta semana na Conferência de Alto Nível sobre Palestina.

Em julho, o presidente francês, Emmanuel Macron, deu início à mobilização ao anunciar que iria reconhecer oficialmente a Palestina durante a cúpula da ONU. Há divisões, no entanto. Nações como Alemanha e Itália não devem aderir ao grupo de países que vão declarar reconhecimento palestino, que inclui França, Bélgica, Luxemburgo, Andorra, Malta e San Marino.