SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Hamas tenta enviar uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com um pedido de trégua no conflito com Israel por 60 dias, em troca da libertação de reféns, conforme informaram fontes ligadas à Casa Branca a veículos de imprensa internacionais.

Carta assinado pelo grupo palestino está retida no Qatar e deve ser enviada a Trump até o fim da semana. A informação foi repassada à Fox News por um funcionário de alto escalão do governo republicano envolvido nas negociações entre Israel e Hamas e, posteriormente, confirmada pelo jornal israelense The Times of Israel com outra fonte ligada à Casa Branca.

Doha suspendeu esforços de mediação para acordo de cessar-fogo desde que Israel atacou membros do Hamas no país. O ataque de 9 de setembro que mirava os líderes políticos do grupo palestino na capital do Qatar gerou repúdio internacional e uma pausa nas negociações pelo fim da guerra em Gaza, até então sediadas no país qatari, considerado internacionalmente um país amistoso no Oriente Médio.

Hamas propõe trégua de dois meses em troca da libertação de metade dos reféns israelenses. O grupo ainda mantém presas 48 pessoas capturadas durante os ataques de 7 de outubro de 2023, e autoridades de Tel Aviv acreditam que cerca de 20 delas ainda estejam vivas. Não foram divulgados mais detalhes sobre o possível pedido de trégua direcionado aos EUA. O texto será atualizado no caso de mais informações.

Israel já matou mais de 65 mil palestinos desde ataques do Hamas em outubro de 2023. Na ocasião, o grupo islâmico vitimou cerca de 1.200 pessoas durante um festival de música eletrônica próximo à fronteira com a Faixa de Gaza. Segundo contagens israelense, centenas de civis e dezenas de militares israelenses foram mortos, enquanto outras 251 vítimas foram feitas reféns. Já entre os mais de 65 mil palestinos mortos, a grande maioria (83%) é de civis, incluindo milhares de crianças, mulheres, idosos e pessoas com deficiência, segundo dados da inteligência israelense obtidos pelo The Guardian.

Tel Aviv tenta anexar de forma definitiva territórios palestinos e expulsar populações. Desde a semana passada, a população da Cidade de Gaza é forçada a fugir para o sul do território devido ao início da invasão terrestre israelense sobre a região, até então alvo de bombardeios e de operações de demolição em áreas ao seu redor. Segundo anúncio do general israelense Effie Defrin, mais de 1.200 “alvos terroristas” foram atingidos na última semana.

Escalada de ataques na Cidade de Gaza motivou novas críticas no exterior. Diante do aumento da pressão popular e diplomática pelo fim do conflito em Gaza, alguns dos aliados ocidentais de Israel, incluindo países do G7, anunciaram recentemente o reconhecimento formal do Estado da Palestina, antes da reunião anual de líderes na Assembleia-Geral da ONU iniciada nesta segunda-feira (22).