Walison Veríssimo

O senador Wilder Morais (PL) surge como um dos nomes cotados para disputar o Governo de Goiás nas eleições de 2026 em uma condição considerada vantajosa: seu mandato no Senado só termina em 2030, o que lhe permite concorrer ao Palácio das Esmeraldas sem abrir mão da cadeira em Brasília. Para analistas, trata-se de uma aposta de “baixo risco e alto potencial de retorno”.

De acordo com o cientista político Pedro Pietrafesa, da UnB, o momento favorece Wilder. “Ele já é senador e tem o respaldo de um partido que conseguiu eleger prefeitos em diferentes regiões do Estado. Isso o coloca como alternativa ao grupo político de Ronaldo Caiado”, explicou.

Embora a condenação de Jair Bolsonaro enfraqueça parte do capital eleitoral ligado ao ex-presidente, Pietrafesa ressalta que o bolsonarismo mantém presença expressiva em Goiás, especialmente na capital. “Mesmo sem vitória, vimos em Goiânia um candidato pouco conhecido, Fred Rodrigues, chegar ao segundo turno com a força do bolsonarismo. Essa influência não desaparece de imediato”, afirmou.

A eventual candidatura colocaria Wilder frente a adversários de peso, como o vice-governador Daniel Vilela (MDB), herdeiro do grupo caiadista, e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Uma vitória o consolidaria como liderança estadual de primeira linha; em caso de derrota, ainda sairia fortalecido pela exposição e pelo protagonismo no debate público.

Outro fator relevante é a estratégia nacional do PL, que busca manter o bolsonarismo vivo por meio de candidaturas competitivas em diversos estados. Em Goiás, Wilder desponta como peça-chave desse projeto.

O desafio, no entanto, será estruturar uma campanha capaz de enfrentar adversários com máquinas políticas consolidadas e, ao mesmo tempo, ampliar seu alcance para além do eleitorado fiel ao ex-presidente. Para especialistas, essa necessidade pode ser vista como oportunidade de projetar Wilder como uma figura política mais abrangente e capaz de dialogar com diferentes setores da sociedade goiana.