SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pouco mais de 500 metros de passarela vão unir dois pontos que ficam hoje a quase dez quilômetros de distância para o pedestre. Com o projeto executivo concluído, a gestão Ricardo Nunes (MDB) se prepara para lançar até o fim do ano a concorrência para ver quem vai construir a ciclopassarela do Jardim Panorama, na zona sul de São Paulo.

A via vai ligar a região à estação Berrini da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). A prefeitura não informou o valor estimado da obra. Diz que, nesta semana, o orçamento deve ser definido.

Um prolongamento de ciclovias também fará a conexão com a avenida Luiz Carlos Berrini. Neste ano, já foi inaugurada a ciclopassarela Erika Sallum, na região de Pinheiros.

Além de ligar os dois lados da marginal Pinheiros, a ciclopassarela terá acessos à ciclovia da marginal Pinheiros e ao parque Bruno Covas, localizado na outra margem.

Assim, além de favorecer quem vai de um lado ao outro da marginal, a via deve se tornar mais uma conexão para os ciclistas. O projeto prevê ainda um mirante na área em cima do rio.

O principal impacto deve ser, no entanto, para os moradores do Jardim Panorama. Atualmente, a ida de lá para a Berrini de ônibus demora em torno de 45 minutos de ônibus, 2h30 a pé e 26 minutos de bicicleta. A distância percorrida a pé é de mais de 10 quilômetros e mais de 6 quilômetros de bicicleta. Com a ciclopassarela, o deslocamento passará a demorar 7 minutos a pé e 4 minutos e meio de bicicleta.

Segundo Pedro Fernandes, da SP Urbanismo, um dos principais desafios do projeto foi ter uma altura que não atrapalhasse o fluxo na parte de baixo nem as fiações de alta-tensão. Por isso, a passarela tem uma altura variável ao longo de sua extensão.

O aumento das conexões entre as duas margens do rio é uma demanda também da Farah, concessionária que administra o parque e a ciclovia. A empresa trabalha com o aumento no número de conexões e já conseguiu que dois empreendimentos privados, o Beyond Club e a JHSF, construíssem acessos abertos ao público no parque e na ciclovia. A meta é conseguir nos próximos meses que mais duas empresas privadas também construam acessos.

Fernandes aponta que as ciclopassarelas podem ser uma solução também para a marginal Tietê, com a construção de áreas verdes nas margens do rio, como foi feito com o Pinheiros.

A criação de parques e ciclovias nas margens do rio Tietê, segundo ele, ainda depende da conclusão do Trecho Norte do Rodoanel.

O término da obra é fundamental para que os caminhões que não precisam acessar a cidade deixem de passar pela marginal. O governo estadual estima que a obra estará concluída no segundo semestre de 2026.

A prefeitura trabalha com a ideia de redução também do fluxo local da marginal Tietê, com a criação de uma nova via paralela, a partir do prolongamento da avenida Marquês de São Vicente até o Tatuapé. Este prolongamento da avenida também é importante para a desativação do Minhocão.

A primeira ciclopassarela planejada para a marginal Tietê vai ligar a rua Tuiuti, no Tatuapé, ao trecho dela no Parque Novo Mundo.