SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Manifestantes convocados por movimentos sociais, presidentes de partidos de esquerda e parlamentares se reuniram na avenida Paulista, neste domingo (21), para protestar contra o Congresso Nacional, o projeto de anistia e a PEC da Blindagem.
Os manifestantes começaram a se reunir por volta das 13h em frente ao Masp, cartão postal de São Paulo, com faixas e cartazes com os dizeres “Congresso inimigo do povo” e “sem anistia”.
Também entraram no rol de pedidos dos manifestantes o fim da escala 6×1 de trabalho, a taxação dos mais ricos e a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês pautas do governo Lula (PT) que seguem paradas no Congresso.
O ato foi convocado pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PSOL e ao PT e que reúnem movimentos como o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), em pelo menos 22 capitais.
Na Paulista, ao menos oito quarteirões, entre as ruas Padre João Manoel e Alameda Joaquim Eugênio de Lima, estavam tomadas pelos manifestantes, que entoavam gritos de “sem anistia e sem dosimetria”, “a bandeira é nossa” e “vai ser preso” em referência a Bolsonaro.
O carro de som foi posicionado em frente ao parque Trianon, do outro lado do MASP, onde parlamentares e artistas se revezaram nos discursos, que iniciaram por volta de 14h30.
Estiveram presentes os deputados federais Ivan Valente, Luiza Erundina, Luciene Cavalcanti (PSOL) e Juliana Cardoso (PT); e o ex-presidente do PT, José Genoíno.
Manifestantes portavam cartazes chamando de “traidores” os 12 deputados federais do PT que foram a favor da PEC da Blindagem, também chamada de PEC da Bandidagem por permitir ao Congresso barrar prisões de parlamentares e processos criminais no STF (Supremo Tribunal Federal) contra deputados e senadores. Nenhum dos 12 deputados petistas compareceu ao ato.
Os petistas que votaram a favor da PEC desobedeceram a orientação do partido, que tem 68 deputados federais, de ir contra o texto. O grupo argumentou ter feito um acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para não votar a anistia, priorizada por bolsonaristas após a condenação de Jair Bolsonaro (PL) pela trama golpista, na semana passada.
O grupo alega ter sido traído por Motta, já que no dia seguinte à votação da PEC, a urgência para votar a anistia foi pautada e aprovada na casa.