SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia prendeu na madrugada deste domingo (21) o dono da casa em Praia Grande (SP) que teria sido usada por envolvidos no assassinato do ex-delegado-geral de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, 64.
William Marques, de 36 anos, se apresentou ao DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa), no centro de São Paulo, que está à frente das investigações do crime. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, ele estava acompanhando de um advogado.
Sua prisão havia sido decretada pela Justiça no sábado (20). A reportagem não conseguiu localizar sua defesa até a publicação deste texto.
Essa foi a quarta prisão de suspeitos de envolvimento na morte do ex-delegado.
Marques é irmão de um policial militar que, por enquanto, não é investigado no caso.
Segundo a polícia, foi na casa que pertence a ele que Dahesly Oliveira Pires, 25, que presa na semana passada, teria retirado um fuzil usado no assassinato do ex-policial.
De acordo com a polícia, Dahesly mora na periferia de Diadema, tem passagem por tráfico de drogas e é dependente química. Apesar de ter negado ter conhecimento do que se tratava o pacote, posteriormente ela admitiu que sabia que estava transportando um fuzil.
A polícia quer ouvir o dono da casa para saber detalhes sobre quem usou o imóvel e por quanto tempo.
Na manhã deste sábado, a polícia prendeu o terceiro suspeito de participação no crime.
Rafael Marcell Dias Simões, o Jaguar, tem 42 anos e se entregou à polícia em uma delegacia de São Vicente, no litoral paulista. A prisão é temporária a tem validade de 30 dias. Ele não estava com seu telefone celular quando foi autuado pelas autoridades.
À reportagem, a defesa de Simões afirmou que vai provar a inocência dele no curso das investigações e que ainda não teve acesso aos autos do processo.
O outro preso é Luiz Henrique Santos Batista, o Fofão, 38, detido nesta sexta (19) pela manhã em São Vicente.
A polícia suspeita que Rafael Dias Simões, preso na madrugada deste sábado, foi transportado por Fofão após os disparos.
Há três pessoas com prisão decretada, que estão foragidas. Entre eles, Luiz Antônio Rodrigues de Miranda, namorado de Dahesly, que pediu que ela transportasse o armamento.
O segundo procurado é integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e foi identificado pela Polícia Civil como Felipe Avelino da Silva, 33, conhecido como Mascherano. Outro suspeito é Flávio Henrique Ferreira de Souza, 24, sem passagem, de acordo com o secretário.
“As forças de segurança seguem mobilizadas para identificar e prender todos os envolvidos no crime”, afirma a SSP, em nota. As diligências prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias e responsabilizar os envolvidos.”
Outras três pessoas são procuradas e tiveram mandado de prisão expedido pela Justiça.
O ex-delegado-geral foi assassinado em emboscada no fim da tarde desta segunda-feira (15). O carro do policial civil aposentado foi atingido por 29 tiros de fuzil no momento em que saía da prefeitura do balneário, onde trabalhava como secretário de Administração.
Imagens do ataque mostraram o momento em que ele tentou fugir e bateu em dois ônibus em uma avenida movimentada. Ao menos três homens encapuzados e com coletes a prova de balas desceram de um dos veículos usados no crime e o alvejaram. Ele morreu no local.
O carro utilizado no crime foi encontrado queimado pela polícia. Segundo a Prefeitura de Praia Grande, duas pessoas, um homem e uma mulher, ficaram feridos durante o ataque ao delegado. Eles estavam na rua e foram atingido por tiros.
Ferraz ocupou o maior posto da Polícia Civil do estado, como delegado-geral, de janeiro de 2019 a abril de 2022, na gestão do governador João Doria. Nessa função, respondia diretamente ao governador e ao secretário da Segurança Pública.
Ele trabalhava ultimamente como secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande, que lamentou a morte em nota. Também atuou como diretor do Decap (Departamento de Polícia Judiciária da Capital).