SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) recomendou a “suspensão imediata” das obras de expansão da Linha 2-Verde do Metrô, no trecho Vila Prudente/Dutra.

Os imóveis que ficam perto de áreas escavadas sofreram “sérios danos estruturais”. Segundo o texto, os problemas foram verificados tanto nos locais onde serão construídas as estações quanto nas imediações de onde ficarão poços de ventilação e saídas de emergência.

Danos colocam moradores em risco, afirma o MP. Pessoas que vivem na região tiveram de deixar suas casas e foram alojadas em hotéis “por tempo indeterminado”. Enquanto isso, “os imóveis desocupados têm ficado abandonados, sujeitos a depredações, invasões e uso por criminosos ou usuários de drogas, gerando prejuízo financeiro e social aos proprietários”, completa o órgão.

A informação é de que famílias impactadas não receberam indenizações compatíveis com prejuízos. Além disso, os estragos não foram reparados “de forma satisfatória”.

A situação pode se agravar. De acordo com funcionários do próprio Metrô, o uso de um equipamento conhecido como “tatuzão” pode provocar novos danos.

Documento expedido pelo MP na última quarta-feira também pede paralisação por “prazo indeterminado” dos contratos com empresas consorciadas. A recomendação foi assinada pelo promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital Moacir Tonani Junior.

A Promotoria dá 30 dias para o Metrô fornecer informações sobre como está lidando com prejuízos causados a moradores. A companhia terá de enviar ao órgão uma lista com todas os dados das pessoas alojadas em hotéis ou casas alugadas por causa das obras e informar se já foram indenizadas.

O QUE DIZ O METRÔ

A companhia afirmou que faz “vistorias técnicas regulares” em imóveis próximos a obras. Em nota, o Metrô disse que, quando danos são identificados, “os moradores são realocados e os imóveis reparados assim que possível, garantindo o retorno dos moradores com plena segurança, ou efetuando o ressarcimento de valores”.

A empresa alegou disponibilizar “todo o suporte necessário” às famílias impactadas. “Incluindo aluguel de moradias ou hotéis, locação de garagens e até mesmo hospedagem para animais de estimação e coworking a quem exerce trabalho remoto”, concluiu, comprometendo-se a prestar os esclarecimentos solicitados pelo MP-SP.