SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Disney estaria negociando com Jimmy Kimmel a volta do talk show apresentado pelo humorista após a atração ter sido suspensa por pressões do governo Donald Trump. O programa é transmitido pela ABC, que pertence à Disney.

De acordo com a imprensa americana, não há garantia, porém, de que a empresa chegará a um acordo com o artista.

O programa de Kimmel, um dos mais populares dos Estados Unidos, foi suspenso após o apresentador ter feito comentários sobre o assassinato do influenciador trumpista Charlie Kirk.

“A turma do Maga [movimento Make America Great Again] está desesperada para caracterizar esse garoto que matou Charlie Kirk como qualquer coisa que não seja um deles e fazendo de tudo para tirar proveito político disso”, disse ele, no programa que foi ao ar na segunda (15).

“Entre uma acusação e outra, também houve luto”, acrescentou o apresentador durante a transmissão de segunda, que teria incomodado Brendan Carr, presidente da Comissão Federal de Comunicações.

O anúncio da suspensão foi feito pela empresa Nexstar, dona de afiliadas da ABC, que vêm buscando a aprovação da agência para uma grande fusão, o que ampliaria seu alcance televisivo para 90% dos domicílios americanos.

Segundo o Wall Street Journal, a ABC recebeu ligações de diversos anunciantes e afiliados que expressaram as suas preocupações em relação ao talk-show de Kimmel, pouco depois do programa de segunda ir ao ar. A copresidente da Disney, Dana Walden, teria ainda conversado com o apresentador sobre os seus planos para a transmissão do dia 17.

De acordo com fontes próximas ao caso ouvidas pelo jornal, ela e outros executivos teriam aconselhado Kimmel a não seguir com aquela abordagem, que segundo eles poderia piorar a situação. Os executivos também discutiram sobre a segurança de seus funcionários, uma vez que a equipe do Jimmy Kimmel Live! teria recebido e-mails ameaçadores pouco depois de Carr se manifestar contra a atração.