(UOL/FOLHAPRESS) – Romero ainda não sabe se vai ficar no Corinthians para o ano que vem. O atacante tem contrato apenas até o fim de 2025 e aguarda uma conversa com a diretoria para discutir o futuro.
Em entrevista ao UOL, o paraguaio de 33 anos falou um pouco sobre a sua conexão com o Corinthians e espera sua permanência ao final da temporada. O salário é alto, ele está na reserva e até agora não foi chamado para conversar.
“Quero ficar. Ainda faltam quatro meses para o fim do ano e estamos bastante focados no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil, que conquistamos um passo importante. Porém, acima de tudo, meu objetivo é continuar ajudando onde puder. neste sábado (20), estou tranquilo. O futuro dirá se eu fico ou não.”
COMEÇO DE RELAÇÃO
Nascido em 4 de julho, data que também marca uma das maiores conquistas do Time do Povo, ele contou como virou “corintiano de verdade”. Foi durante o jogo contra o Boca Juniors, pela final da Libertadores de 2012, que o atacante se tornou mais um torcedor entre os 32 milhões espalhados pelo Brasil.
“Foi nesse momento que decidi torcer de verdade pelo Corinthians. Naquela partida, o time jogou com muita raça e determinação, características que eu valorizo e admiro. A partir daí, percebi que para torcer ou jogar pelo Corinthians, era preciso ter uma postura semelhante”, disse.
Ele também recordou que, entre os 10 e 11 anos, sempre escolhia o Timão no videogame para enfrentar o irmão, Óscar Romero, que jogava com o Boca Juniors. “Nesse período, já havia uma forte identificação com o Corinthians.”
Em 2014, quando já era um atleta profissional no Cerro Porteño, veio a proposta para se tornar jogador do time do coração. “Na época, eu falei ao meu empresário que tinha o desejo de vir para cá. Queria conhecer o clube, fazer parte dele, contribuir de alguma forma. Quando cheguei, na minha primeira entrevista, reafirmei que o meu propósito era deixar minha marca e a minha história no Corinthians.”
No entanto, a transição do tranquilo Paraguai, um país de 7 milhões de habitantes, para uma cidade com mais de 11 milhões de pessoas e que funciona praticamente 24 horas, foi um choque. “No começo foi um pouco complicado”, admitiu. “Eu morava no Tatuapé, era tudo longe, não tinha a possibilidade de sair muito, não conhecia nada e não podia dirigir porque não tinha carteira”.
O apoio da família e dos companheiros de elenco foi fundamental para uma adaptação que, com o tempo e o aprendizado do idioma, acabou se concretizando. “Hoje me sinto como um brasileiro”, afirmou.
REFERÊNCIA NO CLUBE
O sorriso no rosto é a prova de que Romero se sente totalmente em casa. Ao ser questionado sobre qual seria o seu maior momento na história do clube, o atleta destacou a importância das conquistas coletivas.
“Já vivi muitos momentos aqui, e escolher um só seria difícil. Mas, os títulos que conquistamos sempre deixam uma marca especial na memória e permanecem para sempre”, comentou.
Ele recordou especialmente o Campeonato Brasileiro de 2015, seu primeiro título fora do país, considerado um momento importante. “Foi um dia muito marcante. O Corinthians não conquistava o Brasileiro havia quatro anos, e ganhar novamente com a camisa do clube, no meu segundo ano aqui, foi muito especial.” Outros momentos relevantes incluem os títulos de 2017, 2018 e, mais recentemente, o Campeonato Paulista de 2025.
“Depois de muito tempo, conquistamos o Paulista na minha volta ao clube. Quando tive que deixar o Corinthians pela primeira vez, saí campeão, e ao voltar, conseguimos essa consagração novamente. Esse título foi muito importante para mim e para o clube”, disse.
O jogador também relembrou as premiações individuais, especialmente os gols decisivos em finais contra rivais como Palmeiras e Flamengo, reforçando que a maior felicidade está nas vitórias ao lado dos companheiros.
“São conquistas que ficam marcadas não só para mim, mas para toda a história do clube, porque os títulos são resultados do esforço de todos. O clube deve vir sempre em primeiro lugar, acima de qualquer diretoria ou dirigente. Essa é a essência do esporte coletivo. Como atleta, tenho o privilégio de fazer parte de algo maior”.