SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Sabesp anunciou na noite desta sexta-feira (19) que vai ampliar em duas horas o tempo da redução da pressão noturna de água na região metropolitana de São Paulo, passando de oito para dez horas por dia, a partir da próxima segunda-feira (22).

A medida ocorre após deliberação da Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos de São Paulo) por causa dos baixos níveis dos reservatórios e mananciais que abastecem a região, entre eles o sistema Cantareira.

Com a ampliação, a restrição vai ocorrer das 19h às 5h do dia seguinte. A medida foi chamada de preventiva para manter os níveis de água dos reservatórios que fazem parte do Sistema Integrado Metropolitano.

A restrição irá durar até que sejam recompostos os níveis dos mananciais, explica o governo estadual. Também foi determinado o gerenciamento de pressão no período diurno em patamares que garantam o abastecimento da região.

Por causa dos baixos níveis, a Sabesp já havia reduzido a pressão durante oito horas (entre 21h e 5h do dia seguinte) no fim do mês passado.

A diretriz garantiu uma economia de 4.000 litros por segundo. O problema é que não houve redução no consumo, conforme a Arsesp.

Segundo o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), de acordo com a Sabesp, foram economizados 7.257.600.000 de litros de água, volume suficiente para abastecer mais de 800 mil pessoas durante um mês, equivalente a uma cidade como São Bernardo do Campo.

A medida, diz o governo estadual, evitou uma queda maior do nível dos mananciais. “No entanto, diante dos eventos climáticos e cenário de chuvas abaixo do esperado, foi preciso ampliar o período para a recuperação dos reservatórios”, afirma trecho da nota.

A nova restrição foi adotada com base nos resultados do primeiro boletim do Comitê de Integração das Agências para a Segurança Hídrica, composto por Arsesp e SP Águas.

O boletim aponta que o sistema, responsável pelo abastecimento da região metropolitana, opera hoje com 32,8% de seu volume útil, índice 7,7 pontos percentuais inferior ao registrado em 2021.

Os sistemas Cantareira e Alto Tietê, que concentram cerca de 80% da capacidade do SIM, registram 30,3% e 26,1% de armazenamento, respectivamente. A média de queda na última semana foi de 0,26% ao dia.

“O cenário hídrico justifica a manutenção de medidas preventivas para aumentar a oferta de água e reduzir a captação, além de preparação para medidas mais restritivas em caso de agravamento”, diz em nota a presidente da SP Águas, Camila Viana.

Segundo ela, a agência monitora a situação dos mananciais em tempo real e está preparada para adotar novas medidas, conforme regras estabelecidas pelo Protocolo de Escassez, em fase final de aprovação na agência.

Ela pede que a população economize água. “Medidas simples do dia a dia podem fazer muita diferença na redução do consumo”, afirma. Uma campanha pelo uso consciente está sendo realizada pelo governo.

Uma das razões para os baixos volumes é a escassez de chuva. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), neste mês não choveu na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona norte da capital, onde é feita a medição oficial da cidade.

No domingo (21) à noite, há a previsão da chegada de uma forte frente fria, com potencial para provocar fortes pancadas de chuva, com rajadas de vento, descargas elétricas e risco de granizo em pontos isolados da metrópole. Esse cenário permanecerá nos dias seguintes em grande parte do estado.