SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto nesta sexta-feira (19) que oficializa a criação do “Trump gold card” (cartão ouro de Trump), mecanismo que permitirá a estrangeiros solicitarem residência no país mediante o pagamento de US$ 1 milhão (R$ 5,32 milhões) ao Tesouro americano. No caso de pessoa jurídica, o valor sobe para US$ 2 milhões (R$ 10,6 milhões).

Os valores são menores do que o inicialmente anunciado pelo próprio governo. Antes, o presidente havia dito que o novo visto custaria US$ 5 milhões (R$ 26,6 milhões), sem fazer diferenciações.

“Eles [compradores] vão gastar muito dinheiro para entrar. Isso vai arrecadar bilhões de dólares que serão usados para reduzir impostos, pagar dívidas e outras coisas boas”, disse Trump na Casa Branca. Ainda segundo ele, a iniciativa faz parte de sua política de incentivo ao “emprego de qualidade” nos EUA.

No mesmo anúncio, Trump anunciou a criação de outra categoria, mais cara e com mais benefícios, chamada de “platinum card”. Segundo ele, esse cartão estará disponível em breve por US$ 5 milhões e permitirá que os beneficiários “passem até 270 dias nos EUA sem estarem sujeitos a impostos sobre renda obtida fora do país”.

Trump disse ainda que empresas que desejarem contratar trabalhadores estrangeiros com o visto de trabalho H-1B passarão a pagar US$ 100 mil (R$ 532 mil) anuais por cada autorização. Atualmente, a taxa é de US$ 1.000 (R$ 5,3 mil). As H-1B são utilizadas sobretudo por empresas de tecnologia que dependem da mão de obra qualificada em grande parte vinda da Índia e da China.

Os vistos H-1B têm validade inicial de três anos, renováveis por até seis. Desde o primeiro mandato, Trump vem tentando restringir esse tipo de permissão para priorizar trabalhadores americanos.

O gold card, por sua vez, substitui o chamado visto para investidores (conhecido como EB-5), que permite morar nos EUA ao investir pelo menos US$ 1 milhão (R$ 5,8 milhões) em uma empresa que tenha ao menos dez funcionários.

Ao contrário do gold card, o EB-5 não prevê a possibilidade de aquisição da cidadania e exige que o dinheiro seja investido —não se trata de uma simples transferência direta ao Tesouro americano.

Segundo o presidente, o novo gold card vai ajudar o país a pagar sua dívida pública ao mesmo tempo em que ofereceria às principais empresas uma maneira de atrair os melhores trabalhadores imigrantes.

Antes da assinatura do decreto, o republicano chegou a dizer que não pretende criar muitas restrições a respeito de quais nacionalidades poderiam comprar o gold card, abrindo a possibilidade que cidadãos de países rivais dos EUA, caso da Rússia e da China, possam eventualmente comprar uma forma de obter a permissão de residência em solo americano. Mais detalhes da iniciativa não foram divulgados nesta sexta.