SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Tribunal de Justiça do Paraná condenou Tânia Djanira Melo Becker a 27 anos e um mês de prisão por matar a própria filha, Andréa Rosa de Lorena, com a finalidade de ficar com a guarda do neto, uma criança tinha 5 anos na época do crime, ocorrido em 2007, no município de Quatro Barras.
Júri condenou Tânia por homicídio qualificado. Durante a sentença, proferida nesta sexta-feira, foram destacadas as qualificadoras de motivo fútil, uso de asfixia e meios que dificultaram a defesa da vítima para dosar a pena.
Defesa de Tânia afirmou que já interpôs recurso para recorrer da decisão. Por meio de nota, os advogados que representaram a ré afirmaram estar “inconformados com a condenação e buscará a reforma do veredicto e o restabelecimento da justiça, com plena observância das garantias constitucionais e do devido processo legal”.
Netos de Tânia e filhos da vítima estão aliviados com a decisão do júri. A afirmação foi feita pelo advogado Samuel Rangel, que representou os filhos de Andréa durante o julgamento. Rangel ressaltou que a condenação de Tânia “é uma resposta firme do sistema de Justiça”.
Tânia era foragida desde 2007 e só foi presa pelo crime em maio de 2024. Ela usava o nome falso de Lourdes para não ser identificada e trabalhava como faxineira, segundo a polícia paranaense.
Ela foi localizada no ano passado após o caso ser tema do programa Linha Direta, da TV Globo. Na ocasião, Tânia foi achada em Marilândia do Sul, no norte do Paraná, após uma denúncia anônima. A mulher foi presa e agora condenada.
RELEMBRE O CASO
Andréa Rosa de Lorena tinha 23 anos quando foi morta pela própria mãe com a ajuda do padrasto, Everson Luiz Cilian. Na época, Andréa morava com a genitora e com os seus dois filhos: Lucas, de 5 anos, e uma bebê de 9 meses.
Harmonia entre mãe e filha foi abalada quando Andréa sofreu um acidente de moto, levando-a a se mudar para a casa do pai. Tânia decidiu manter a guarda de Lucas, resultando em um conflito judicial com a própria filha.
Andréa e as crianças desapareceram após um almoço. Tânia e seu companheiro, Everson, visitaram Andréa para um almoço em família, juntamente com Juliano Saldanha, companheiro de Andréa. Na ocasião, Juliano saiu para trabalhar e quando retornou ao lar encontrou apenas Tânia e Everson com as crianças.
Tânia informou que Andréa havia saído com sua irmã, mas a verdade é que ela já estava morta. Após uma busca frustrada pelas crianças, Juliano acionou a polícia. Dois dias depois, ele descobriu o corpo de Andréa escondido sob a cama do casal, estrangulada com um fio elétrico.
Tânia e Everson foram denunciados em 2007 por homicídio triplamente qualificado. Entretanto, os dois fugiram e só foram capturados anos depois.
Everson foi localizado e preso em 2022. Ele virou réu pelo assassinato da enteada em 2023 e em junho de 2024 foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. Atualmente, o homem encontra-se detido.