PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – A Folha de S.Paulo errou ao afirmar que há poucas chances de pessoas chegarem aos 100 anos de idade em populações de países ricos.

A informação foi veiculada na reportagem “Nascidos entre 1939 e 2000 têm poucas chances de chegar aos 100 anos, aponta estudo”.

Segundo o texto original, a probabilidade de atingir a marca de 100 anos é baixa para aqueles nascidos entre os anos 1939 e 2000 em comparação a quem nasceu entre 1900 e 1938. Na realidade, o artigo publicado no periódico científico PNAS (Anais da Academia Nacional de Ciências, em tradução) aponta que os ganhos de expectativa de vida nos últimos anos diminuíram, resultando em uma queda na probabilidade de idade média populacional de 100 anos.

De acordo com o estudo, a população nascida entre os anos 1900 e 1938 viveu um ganho médio na expectativa de vida de 0,46 ano. Se esse cenário continuasse, o esperado seria que, em 1980, a estimativa média de 100 anos de vida fosse alcançada.

No entanto, ocorreu uma desaceleração nas melhorias da expectativa de vida. O ritmo de ganho de 0,46 ano apresentou reduções de 37% a 52% naqueles que nasceram após 1939, considerando diferentes modelos que os pesquisadores adotaram no estudo. Esse cenário resulta em um ganho mais lento e menor na expectativa de vida, mas não significa que as chances de chegar aos 100 anos de idade são poucas ou mais baixas nos indivíduos nascidos entre 1939 e 2000.

Como explicado por José Andrade, um dos autores do artigo e doutorando no Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica, na Alemanha, essa desaceleração ocorreu principalmente porque, no passado, os ganhos de longevidade foram baseados nas melhorias em idades muito jovens.

“Atualmente, a mortalidade nessas idades já é muito baixa, deixando pouco espaço para progressos adicionais, e as idades mais avançadas não melhorarão com rapidez suficiente para compensar, de acordo com nossas previsões”, completou Andrade.