SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A mãe de uma mulher de 38 anos, que estava desaparecida há cerca de um mês, reconheceu a bolsa da filha entre os objetos apreendidos com um homem suspeito de ser um assassino em série.

Vítima sumiu no final do mês passado. O delegado Adelson Candeo disse em entrevista à TV Anhanguera, afiliada da TV Globo em Goiás, que a mãe da mulher desaparecida foi até a delegacia de Rio Verde (GO) depois de reconhecer a bolsa da filha em imagens divulgadas pela polícia.

Outros desaparecimentos e feminicídios estão sendo investigados. Pelo menos cinco bolsas, três facas e três bonecas foram encontradas na casa do suspeito, mostram as imagens. Há suspeita de que esses objetos seriam “troféus” pelos supostos crimes cometidos.

IMAGENS FORAM DIVULGADAS APÓS PRISÃO DO SUSPEITO

Suspeito é Rildo Soares dos Santos, 33. Ele foi preso pelo assassinato de Elisângela Silva de Souza, 26, na última quinta-feira. A vítima foi encontrada morta em um terreno baldio.

Elisângela foi abordada por Rildo quando ia para o trabalho, por volta das 4h da madrugada. O suspeito anunciou assalto e levou a jovem até o terreno.

Corpo da vítima foi encontrado sem calças, enterrado por entulhos. A polícia investiga se houve violência sexual.

Rildo negou estupro. Ele afirmou que Elisângela reagiu ao assalto, eles brigaram, ela caiu e bateu a cabeça. O homem, no entanto, confessou ter enterrado o corpo para ocultar o cadáver, segundo a polícia.

Delegado descarta morte acidental, como alegou suspeito. “A quantidade de lesões que ela tinha no rosto e no crânio deixa muito evidente que não foi um acidente. Ela foi agredida com extrema violência e extrema barbaridade”, declarou Candeo.

Justiça goiana decretou prisão preventiva. Rildo vai responder pelos crimes de feminicídio, latrocínio e ocultação de cadáver pela morte de Elisângela. Ele também é investigado por outros crimes em Rio Verde.

HOMEM É SUSPEITO DE AO MENOS MAIS DUAS MORTES

Rildo é suspeito de dois feminicídios e dois desaparecimentos em Rio Verde. As vítimas de feminicídio têm 31 e 40 anos, são “dependentes químicas que andavam pela noite nessa mesma região e morreram exatamente da mesma forma que a Elisângela”, afirmou o delegado. Todas receberam pancadas na cabeça, em terreno baldio, de madrugada. “Foram deixadas sem roupas e com alguma tentativa de ocultação de cadáver”, disse Candeo.

Suspeito nega envolvimento em todos os casos. Uma das vítimas de desaparecimento tem 38 anos e sumiu em 12 de setembro, a outra tem 42 e foi vista pela última vez em maio.

Polícia não descarta a possibilidade de Rildo ser um assassino em série. A hipótese foi levantada por causa do padrão dos crimes. “São crimes praticados de forma muito semelhante, com emprego de técnicas muito semelhantes”, explicou o delegado.

Homem também é investigado por latrocínio ocorrido em 7 de setembro na cidade. A vítima é um homem que teve a garganta cortada enquanto dormia dentro do próprio carro. O suspeito roubou o veículo e pertences da vítima.

Rildo também tem passagens por crimes na Bahia. O delegado disse que a polícia goiana recebeu outras denúncias contra ele e “possíveis crimes de estupro e homicídio”.

COMO O SUSPEITO AGIA

Rildo procurava vítimas de madrugada, segundo a polícia. Para não levantar suspeitas, ele costumava usar um uniforme de funcionário de limpeza urbana. Não há indícios de que ele tenha recebido ajuda nos crimes.

Vítimas seguem padrão. Para o delegado, o desprezo que Rildo demonstrava pela vítima e a tranquilidade com que agia após os crimes “são características típicas de psicopatas”. No caso de Elisângela, o suspeito chegou a acompanhar a investigação da polícia onde ela foi encontrada. Foi nesse momento que ele foi preso.

Defensoria Pública de Goiás atua na defesa de Rildo. Por meio de nota, o órgão informou que representou o investigado durante a audiência de custódia que manteve a prisão dele, mas não comentará as acusações feitas pela polícia.