SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Europa registrou um recorde de emissões de carbono devido aos incêndios florestais deste verão, anunciou nesta quinta-feira (18) o observatório europeu de monitoramento do clima Copernicus.
“As emissões de carbono anuais totais estimadas para a União Europeia e o Reino Unido são as mais altas em 23 anos”, afirmou o Copernicus em comunicado. A data se refere ao início da série histórica do centro de pesquisa.
A estação que está prestes a se encerrar no Hemisfério Norte foi marcada por consecutivas ondas de calor e incêndios florestais de grandes dimensões por toda a Europa, com especial impacto na Península Ibérica.
Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, o fogo devastou neste ano mais de um milhão de hectares (10 mil km²) na União Europeia, o índice mais alto desde que começaram as estatísticas, em 2006. Dois terços da área queimada ficam na Espanha e em Portugal.
A Península Ibérica enfrentou temperaturas anormalmente elevadas durante todo o mês de agosto, frequentemente ultrapassando os 40°C em muitas áreas e chegando aos 45°C em pontos do sul da região. O calor persistente intensificou os incêndios florestais, principalmente no norte de Portugal e no oeste e noroeste da Espanha.
Um estudo do WWA (World Weather Attribution), painel de cientistas que investiga a responsabilidade da mudança climática em eventos extremos, mostra que as condições para incêndios florestais como os que assolaram a Península Ibérica nos últimos meses se tornaram 40 vezes mais prováveis com a crise climática.
As condições críticas de temperatura, umidade e vento, que favoreceram o fenômeno, são esperadas uma vez a cada 15 anos. Sem o aquecimento global provocado pela atividade humana, a frequência seria de uma vez a cada 500 anos.