SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A mulher de 29 anos que fugiu do cárcere após 22 anos sendo abusada sexualmente pelo padrasto afirmou que ainda tem medo do homem, mesmo após ele ter sido preso.
“Ele é uma pessoa agressiva. Eu tinha muito medo e ainda tenho”, afirmou a mulher, que engravidou três vezes do homem por causa dos abusos sexuais que viveu. Ela falou sobre o assunto sem se identificar em entrevista ao canal paranaense RPC.
Segundo a vítima, o homem era possessivo e falava que “só a morte” separaria os dois. “Dizia que se eu não fosse dele, não seria de mais ninguém, que nossa separação seria só a morte”, afirmou.
A mulher, que morava em Araucária (PR), engravidou pela primeira vez aos 15 anos, mas vivia abusos sexuais desde os sete. Ela contou que, quando o suspeito deixou a mãe dela, foi forçada a se relacionar com ele. Não foi revelado se a mãe também sofria abusos.
Relembre o caso
Vítima conseguiu escapar do cárcere na terça-feira em Araucária (PR). Ela disse que precisava levar os filhos a uma consulta médica, mas foi para a delegacia da cidade e denunciou o padrasto. As informações são da Polícia Civil do Paraná.
Ela raramente tinha permissão para sair de casa e teve três filhos com o padrasto. O suspeito também forçava a enteada a manter relações sexuais com outros homens e gravava os abusos, segundo o delegado do caso, Eduardo Kruger.
Delegado disse que o padrasto mantinha controle emocional sobre a vítima para mantê-la em cárcere. Além de ser abusada sexualmente, ela também sofria abusos físicos, psicológicos e era monitorada por câmeras de segurança.
Padrasto foi preso em flagrante após a jovem procurar a delegacia. A Justiça do Paraná converteu a prisão para preventiva.
Suspeito por estupro de vulnerável, estupro, privação de liberdade e violência psicológica. Somadas, as penas podem ultrapassar cem anos de prisão.
Por se tratar de um crime de abuso sexual, as identidades dos envolvidos não foram divulgadas. Por esse motivo, o UOL não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
EM CASO DE VIOLÊNCIA, DENUNCIE
Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.
Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.
Também é possível realizar denúncias pelo número 180 Central de Atendimento à Mulher e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.